Segundo dados divulgados pelo Ministério da Administração Interna (MAI), cerca de 25,21% dos 10.819.122 eleitores inscritos nas eleições legislativas de hoje tinham votado até às 12h00, o que representa uma percentagem de participação superior à das últimas legislativas, realizadas em 30 de janeiro de 2022, quando a afluência média às urnas à mesma hora se estimava em 23,27%.

Fonte da CNE disse à Lusa que a votação para as eleições legislativas de hoje, que se iniciou às 08h00, está “na generalidade do país a acontecer com normalidade”.

Pelas 11h30, o porta-voz da CNE, Fernando Anastácio, referiu que “não tem reporte de qualquer situação anómala”, estando o procedimento eleitoral a decorrer “com toda a normalidade, com questões e dúvidas que se vão colocando ao longo do dia, mas nada de transcendente, umas reclamações ou outras de alguns cidadãos” que estão a ser analisadas e tratadas.

Antes da abertura das mesas de voto, a Guarda Nacional Republicana (GNR) registou duas situações com cadeados a impedir o acesso aos locais de voto, na freguesia de Fontoura, município de Valença, distrito de Viana do Castelo, e na freguesia de Valada, concelho do Cartaxo, distrito de Santarém.

Ambas as situações foram resolvidas pelas 07h20, segundo a GNR, referindo que não teve impacto no procedimento eleitoral.

O porta-voz da CNE indicou à Lusa que não tinha informação dessas situações, afirmando que, se não impediram a abertura das mesas de voto, as mesmas seguirão “a tramitação normal, através do expediente que a GNR fará”.

As mesas de voto abriram hoje às 08h00 em Portugal continental e na Madeira, encerrando às 19h00, enquanto nos Açores abrem e fecham uma hora mais tarde em relação à hora de Lisboa, devido à diferença horária.

Os líderes dos partidos foram votar durante a manhã, uns em Lisboa, outros no Porto e alguns nas cidades de Braga e Espinho e na vila da Moita.

O primeiro-ministro demissionário, António Costa, votou numa escola na freguesia lisboeta de Benfica, onde realçou a importância deste ato eleitoral quando se celebra os 50 anos de democracia em Portugal e apelou aos cidadãos para que exerçam o seu direito de voto.

“Votem, escolham, decidam. Há uma oferta partidária bastante diversificada e, portanto, cada um, na sua consciência, saberá qual é a melhor solução para o futuro do nosso país. Agora o que é fundamental é ninguém ficar em casa, ninguém deixar os outros decidirem por nós e cada um fazer a sua escolha”, declarou António Costa.

Numa declaração ao país na véspera das eleições legislativas, no sábado, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa apelou ao voto e considerou que é nos tempos difíceis “que mais importa votar”.

O chefe de Estado, que votou antecipadamente no passado domingo, em Lisboa, reiterou este sábado o apelo ao voto e apontou a preocupação com “a urgência de acelerar a recuperação da economia”, numa altura em que se sentem os efeitos da situação de tensão a nível internacional, lembrando as guerras na Ucrânia e em Gaza, as subidas de preços, os custos dos juros e alguns problemas sociais.

Hoje, pouco depois das 12h00, na escola Josefa d`Óbidos, em Lisboa, o antigo Presidente da República e primeiro-ministro, Aníbal Cavaco Silva, considerou que estas eleições são “particularmente importantes para o futuro do país”, e espera que todos os portugueses eleitores vão votar.

O primeiro líder partidário a votar foi o presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, que exerceu o seu direito de voto pelas 09h45, em Braga, onde se escusou a falar sobre cenários pós-eleitorais, sublinhando que o dia é para os portugueses “manifestarem a sua vontade democrática”, indo às urnas e honrando o legado do 25 de Abril de 1974.

Numa escola básica de Alhos Vedros, na Moita (distrito de Setúbal), o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo votou pelas 10h05 e manifestou confiança numa grande afluência às urnas, referindo que “nos 50 anos do 25 de Abril, é um bom momento para afirmar Abril também por essa perspetiva do direito ao voto”.

O porta-voz do Livre Rui Tavares exerceu o seu direito de voto cerca das 10h20, na Escola Secundária São Vicente, em Lisboa, onde apelou aos portugueses para que participem na votação para as eleições legislativas antecipadas, salientando que cada voto “vale o mesmo”, haja “mais ou menos dinheiro na conta”.

Na Escola Básica N.º1 de Lisboa, na freguesia de Arroios, cerca das 10h40, a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, esperou que este seja “um dia de celebração da democracia”, considerando que as pessoas irem votar nas legislativas “é a melhor forma” de comemorar os 50 anos do 25 de Abril.

Pela mesma hora, na Escola Básica 2,3 de Telheiras, em Lisboa, a porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, apelou à participação de todos os portugueses nas eleições legislativas, sublinhando que é uma “oportunidade para reforçar a democracia” e pedindo que a abstenção não “saia vencedora”.

Cerca das 11h10, em Espinho, distrito de Aveiro, o líder do PSD, Luís Montenegro, disse que está muito tranquilo e otimista, relativamente ao resultado das eleições legislativas, afirmando que todos os elementos relevantes para a ponderação dos portugueses estão em cima da mesa.

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, votou pelas 11h45, na Escola Básica de Telheiras, em Lisboa, onde apelou à participação massiva nas eleições legislativas, para celebrar um direito “arduamente conquistado”, instando a não deixar para os outros a decisão sobre o futuro.

Pelas 12h20, o presidente do Chega, André Ventura, votou na Escola Básica do Parque das Nações, em Lisboa, manifestando-se “muito otimista, com muita confiança”, afirmando que “hoje é o dia em que todos, em pé de igualdade, têm a força, o direito, a prerrogativa de mudar o país e dizerem aquilo que querem para o futuro do país”.

Segundo a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI), podem votar 10.819.122 eleitores. No total, serão eleitos 230 deputados, em 22 círculos eleitorais – 18 dos quais em Portugal continental e os restantes nos Açores, na Madeira, na Europa e fora da Europa -, num ato eleitoral que terá um custo a rondar os 24 milhões de euros.

Concorrem a estas eleições legislativas antecipadas 18 forças políticas, menos três do que nas eleições de 2019 e 2022.

A Nova Direita é o único partido estreante neste ato eleitoral, juntando-se a PS, Aliança Democrática (PSD/CDS/PPM), Chega, IL, BE, CDU (PCP/PEV), PAN, Livre, Nós, Cidadãos!, Alternativa 21 (MPT/Aliança), ADN, PTP, RIR, JPP, Ergue-te, Volt Portugal e PCTP/MRPP.

Nas legislativas anteriores, em 30 de janeiro de 2022, a taxa de abstenção situou-se nos 48,54%, tendo-se verificado uma descida em relação às legislativas de 2019, nas quais a taxa de abstenção atingiu o número recorde de 51,43%.

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