O Governo reagiu este sábado em comunicado ao tema das reparações aos países lusófonos em consequência do colonialismo, tema esse lançado por Marcelo Rebelo de Sousa na terça-feira, em jantar com correspondentes estrangeiros em Portugal, e neste sábado de novo dissecado pelo Presidente da República — que propõe, a título compensatório, perdão de dívidas e financiamento.

Garantindo que as relações de Portugal e dos portugueses com todos os povos dos Estados que foram antigas colónias “são verdadeiramente excelentes, assentes no respeito mútuo e na partilha da história comum”, o Governo garante, a propósito de qualquer “reparação a esses Estados”, que este se pauta “pela mesma linha dos Governos anteriores”.

O mesmo é dizer que “não esteve e não está em causa nenhum processo ou programa de acções específicas com esse propósito”, lê-se no comunicado.

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TIAGO MIRANDA

No entanto, salvaguarda o comunicado, o Estado português tem mantido “gestos e programas de cooperação de reconhecimento da verdade histórica com isenção e imparcialidade”.

Além de reconhecer àqueles países, nomeadamente os de África, “um contributo decisivo para o fim da ditadura”, o Governo enumera trabalho feito: “O Estado Português financiou, em Angola, o Museu da Luta de Libertação Nacional; em Cabo Verde, a musealização do campo de concentração do Tarrafal; em Moçambique, a recuperação da rampa dos escravos na Ilha de Moçambique”.

Recusada qualquer compensação — pelo menos como as que defende Marcelo Rebelo de Sousa —, o Governo termina dizendo que pretende “aprofundar as relações mútuas, o respeito pela verdade histórica e cooperação cada vez mais intensa e estreita, assente na reconciliação de povos irmãos”.

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