O líder do Livre, Rui Tavares, disse, esta segunda-feira, que ao longo dos tempos o partido tem visto muitas pessoas a ligar-se ao partido, seja como militantes ou apoiantes, participando em debates.

“É um compromisso muito importante por parte das pessoas e nosso também porque significa que há 10 de março, mas há dia 11 e muitos outros dias e todos eles são importantes para a nossa democracia. Vivemos em tempos que são muito difíceis, a nível nacional e europeu, e no qual estarmos participantes ativos e exercermos o nosso dever cívico no quotidiano é muito importante para preservarmos o que de melhor a democracia nos trouxe”, afirmou aos jornalistas, numa arruada na zona dos Anjos, em Lisboa.

Em relação à habitação, Rui Tavares sublinhou que existe a preocupação relacionada com despejos e que há muita gente a passar pela “angústia de não saber se vai ter um teto”. “Gente que, provavelmente, teve dificuldades – às vezes – temporárias, que poderiam ser resolvidas com um apoio a tempo e que impediria que as pessoas fossem para a rua. Estamos a viver um fenómeno – que todos nós vemos – de cidades de tendas, que nascem nas nossas cidades”, sublinhou, referindo que a zona dos Anjos tinha muitas pessoas a viverem em tendas. “Muita desta gente é gente que trabalha”, apontou, salientando que as pessoas que enfrentam dificuldades na habitação têm também dificuldades burocráticas.

Questionado como esta questão se resolve no imediato, Rui Tavares recordou que o partido viu aprovada a criação do Fundo de Emergência para a habitação e referiu que o Livre também também vai questionar o Governo sobre qual é o montante exato da consignação do imposto de selo dos últimos dois meses. “À proporção, pode andar entre os dez e os vinte milhões de euros e já poderiam ser carreados para fazer face a esta emergência que esta s pessoas estão a viver. Pessoas que consigamos evitar que vão para a rua é não só melhor para estas pessoas, como também para a sociedade. Significa menos pressão sobre assistentes sociais, sobre câmaras municipais”, apontou.

O fundador do partido e até agora deputado único na Assembleia da República disse ainda que a ação neste âmbito dos despejos e problemáticas relacionadas com a habitação pode também servir para evitar situações de violência nas ruas ou dependências. “Podermos valer às pessoas num momento difícil das suas vidas significa, muitas vezes, ajudá-las a reencontrar um caminho”, asseverou.

O historiador mostrou-se confiante na eleição de mais deputados em Lisboa, círculo que encabeça nestas eleições e pelo qual foi eleito em 2022, e ‘puxou os galões’ ao historial recente do Livre, que negociou medidas com o PS como o passe ferroviário nacional ou o subsídio de desemprego para vítimas de violência doméstica.

“Ao contrário de outros que dizem umas coisas, e que às vezes parece muito importante, o Livre não diz umas coisas, o Livre ajuda as pessoas”, salientou.

Sobre o facto de o presidente do PSD, Luís Montenegro, não ter respondido esta manhã no debate das rádios quando Rui Tavares desafiou a direita a dizer se aprovará ou não uma moção de rejeição do Chega a uma eventual governação de esquerda, o deputado único manifestou preocupação.

Na ótica do Livre, se a Aliança Democrática e a IL “se juntarem à extrema-direita para mandar abaixo uma governação suportada pela esquerda”, tal seria “uma traição à intenção dos eleitores”.

Tavares salientou que “a política de alianças é muito importante em qualquer país da Europa porque não há maiorias absolutas em geral”.

No que toca à esquerda, o Livre insiste na necessidade de um acordo multilateral e escrito.

“A Esquerda pode oferecer uma diferença muito grande em relação à direita que é não dar nem incerteza nem instabilidade”, considerou.

[Notícia  atualizada às 20h15]

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