Um estudo realizado para aferir a relação dos portugueses com a União Europeia revela a confiança nas instituições europeias é largamente superior à confiança nas instituições nacionais. A sociedade portuguesa tende a ter uma imagem mais positiva da UE do que a média europeia.

Em ano de Eleições Europeias e quase 40 anos depois da adesão de Portugal à CEE, uma sondagem quis perceber o que sabe a sociedade portuguesa sobre a União Europeia, como avalia o desempenho das instituições europeias, o quanto se sente ouvida e representada pelas instâncias europeias, o posicionamento perante temas-chave, como integração, políticas ou moeda única. O Barómetro da Política Europeia foi realizada pela DOMP, S.A. para a Fundação Francisco Manuel dos Santos, SIC e Expresso.

Para avaliar a imagem que os portugueses e restantes europeus têm das instituições europeias – Parlamento Europeu (PE), Comissão Europeia (CE) e Banco Central Europeu (BCE) – foi pedido aos inquiridos que avaliassem de forma positiva ou negativa.

“A sociedade portuguesa tende a ter uma imagem mais positiva da UE do que a Europa no seu todo (…). Nos últimos anos volta a verificar-se um decréscimo da percentagem daqueles que têm uma imagem positiva da UE. Ainda assim, no contexto europeu, Portugal regista uma maior proporção de inquiridos com imagem positiva — em 2023, 65,4% e 45% afirmam-no em Portugal e na Europa, respetivamente”.

Confiança nas instituições europeias

Para avaliar a confiança que os portugueses e restantes europeus têm das instituições europeias – Parlamento Europeu (PE), Comissão Europeia (CE) e Banco Central Europeu (BCE) – foi pedido aos inquiridos que avaliassem de forma positiva ou negativa.

“Comparativamente aos europeus (da UE a 27), os portugueses evidenciam uma maior propensão para confiar nestas instituições (…) Portugal está entre os Estados-membros mais pró-europeus”.

Confiança nas instituições europeias e nacionais

Para avaliar a confiança que os portugueses depositam em instituições europeias – Parlamento Europeu (PE), Comissão Europeia (CE) e Banco Central Europeu (BCE) – e nacionais – Governo e Assembleia da Repúblicafoi pedida aos inquiridos uma resposta de sim ou não.

“Em Portugal, a confiança nas instituições políticas europeias é largamente superior à confiança nas instituições nacionais”.

(In)satisfação com a forma como a UE tem respondido a diferentes assuntos

Foi pedido aos inquiridos que avaliassem o desempenho da UE num conjunto de desafios com que a Europa se confronta. De um modo geral, os portugueses sentem-se insatisfeitos.

Entre os assuntos que geram maior insatisfação estão a redução da pobreza e das desigualdades e o conflito israelo-palestiniano.

Pelo contrário, os temas da igualdade de género, da guerra na Ucrânia e do crescimento económico registam uma maioria de inquiridos satisfeitos com o desempenho da UE.

Que assuntos devem ser tratados a nível europeu e nacional?

Os inquiridos foram questionados se tais desafios devem ser tratados a nível europeu ou nacional. A maioria considera que assuntos de política externa, como o conflito israelo-palestiniano, devem ser do foro europeu enquanto assuntos sociais, como a pobreza e a desigualdade, devem ser tratados a nível nacional.

Quais os países mais influentes na UE?

Quando questionados sobre quais os países que acreditam que têm maior poder para influenciar as decisões na UE, 75% pensam imediatamente na Alemanha, sendo que o segundo país mais mencionado, França, é apenas citado por 13% e e a Bélgica é mencionada por apenas 2,3% dos inquiridos.

Já em comparação com países com um número de habitantes semelhante a Portugal, como a Bélgica ou a Suécia, 77% dos inquiridos consideram que Portugal tem uma influência menor do que estes países e apenas um em cada cinco considera que é semelhante (19,7%).


Ficha Técnica

Este relatório baseia-se num estudo realizado pela DOMP, S.A. para a Fundação Francisco Manuel dos Santos, no início de 2024. O universo do estudo é composto pelos residentes em Portugal continental, com 18 ou mais anos de idade, falantes de língua portuguesa, com telefone da rede fixa ou acesso à internet.

Foram realizadas 1107 entrevistas, correspondendo a um erro máximo amostral de 3% (para um nível de confiança de 95%). O trabalho de campo decorreu entre os dias 3 de janeiro e 1 de fevereiro de 2024.

As entrevistas realizadas via telefone (42%) apoiaram-se num questionário estruturado de perguntas abertas e fechadas, inserido num programa informático (C.A.T.I.) gestor das entrevistas. Foram também realizadas inquirições online (58%), a partir de uma plataforma de inquéritos específica para o efeito. A taxa geral de resposta foi de 61,4%.

A seleção dos números de telefone foi feita aleatoriamente a partir das bases de dados existentes, e a seleção dos inquiridos foi realizada através de quotas de sexo, grupo etário (três grupos: 18-34 anos, 35-54 anos, 55 e mais anos) e região (NUTS II Portugal continental).

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