A instalação de um parque solar próximo do aeródromo de Castelo Branco terá obrigado, segundo a Quercus, um casal de águia-imperial-ibérica a abandonar o ninho que tinha nidificado nos últimos anos no local.

De acordo com a associação, as aves “já tinham visto destruído todo o habitat em redor do ninho, restando apenas algumas azinheiras dispersas”, em 2022. Apesar de terem alertado as autoridades para a situação, revela ainda a Quercus, “os trabalhos continuaram no terreno em direção ao ninho, onde a espécie se manteve até ao início desta época de reprodução”.

Contudo, agora, o casal de águas abandonou “o ninho devido a perturbação existente no local com maquinaria, ruído e presença de pessoas e movimento de maquinas constante”.

Por entender que tal violou a Diretiva Aves da União Europeia, a Quercus vai apresentar queixa por danos contra a Natureza e “vai também apelar ao Governo que promova as energias renováveis sem pôr em causa o ordenamento do território e a conservação da biodiversidade através da criação de uma ‘go to areas’ que ajude os investidores em energias solares a seleccionar previamente a localização dos parques em áreas sem condicionantes de natureza ambiental”.

Recorde-se que a águia-imperial-ibérica (Aquila adalberti) é uma das espécies de águias mais ameaçadas do mundo e exclusiva da Península Ibérica com uma população em Portugal de apenas 21 casais, e apenas 3 casais a norte do Rio Tejo em Castelo Branco.

Esta espécie tem um estatuto de conservação de criticamente em perigo. As ameaças mais importantes para a espécie são a eletrocussão em linhas de transporte de energia elétrica, o uso ilegal de venenos, o abate a tiro, a perda e degradação de habitat, a escassez de alimento, nomeadamente o declínio das populações de coelho-bravo, e a perturbação nas áreas de nidificação.

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