O Sistema Europeu de Alerta Rápido para Alimentos e Rações (RASFF) alertou para a presença do vírus de Hepatite A em morangos provenientes de Marrocos, que tinham como destino final o mercado espanhol. A situação é considerada “grave” por representar um elevado risco para a saúde dos consumidores, sendo que a “irrigação das explorações com águas fecais” pode estar na origem destes casos.

A situação levou a Associação Valenciana de Agricultores (AVA-ASAJA) a expressar a sua preocupação e enviar uma carta ao Ministro da Agricultura, Pesca e Alimentação de Espanha, Luis Planas, exigindo que “solicite urgentemente explicações ao governo de Marrocos e especifique que medidas planeia implementar para evitar que este tipo de situações voltem a ocorrer”.

A associação considera que a situação deve ser comunicada a nível europeu e que o ministro espanhol deve “informar as autoridades competentes da União Europeia de que todos os morangos provenientes de Marrocos devem ser submetidos a uma inspeção sanitária exaustiva”. O mesmo deverá acontecer com outras frutas e vegetais – provenientes de outros países – que também tenham sido alvo de alertas sanitários.

O Expresso tentou contactar a ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica) sobre a possibilidade de existirem morangos com a mesma origem em Portugal, mas até à publicação do artigo não obteve qualquer resposta.

No último mês, Espanha tem sido alvo de vários protestos de agricultores e criadores de gado, que exigem soluções para os problemas que o setor agrícola enfrenta. Um deles é o controlo sanitário nos portos que recebem as mercadorias com destino ao consumo humano.

Ao jornal “El Pais”, Cristóbal Aguado, agricultor e presidente da presidente da AVA-ASAJA, revelou que apenas 10% de todas as mercadorias que chegam de Marrocos são fiscalizadas. Ou até menos”. Segundo o responsável, a fiscalização dos produtos alimentares é feita apenas a uma caixa por contentor. Quanto ao país de origem, também não há controlo quanto à qualidade e segurança dos alimentos que são enviados para outros países.

“Aqui [em Espanha], Marrocos tem carta branca para fazer o que quiser com os seus produtos, e todos ficam calados. Não sabemos realmente o que lhes devemos para que assim seja” afirma ao El País.

Artigo escrito por Mariana Jerónimo, editado por João Miguel Salvador.

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