Joana Amaral Dias, candidata da Alternativa Democrática Nacional (ADN) às eleições europeias, apresentou-se esta quinta-feira como a “velha ativista” e a “humilde serva” dos eleitores. “Os portugueses conhecem-me e já me viram de biquíni”, gracejou perante os apoiantes do partido, na Associação dos Deficientes das Forças Armadas, em Lisboa.
A psicóloga e comentadora regressa à política para “dizer não à guerra” e promover “o discurso da paz, o diálogo e a diplomacia”. Recusando encaixar-se na “linguagem de esquerda e direita”, manifestou-se contra a “globalização voraz e insaciável”, “a censura e o cancelamento”.
Questionada sobre a eventual inclusão do direito à Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, afirmou defender a IVG “em determinadas circunstâncias”, não a considerando um “direito fundamental”.
Uma das propostas da candidata é sujeitar a eleições “todas as instituições europeias”, entregues a “poderes opacos” e governadas “por elites” e não “por eleitos”.
A ADN conta com o apoio não só dos evangélicos, mas também de “católicos e ateus”, entre outros. Os evangélicos “são bem-vindos”, mas não constituem a única base de apoio do partido, argumentou.
Uma das bandeiras da ADN é o combate à chamada “ideologia de género”, mas Joana Amaral Dias preferiu não aprofundar a questão. “A fonte do veneno está no globalismo”, declarou.
A propósito dos relatos de confusão entre as designações AD (Aliança Democrática) e ADN nas eleições legislativas, brincou com as iniciais do próprio nome: “Eu sou a Joana AD”.
Bruno Fialho
Para o líder da ADN, Bruno Fialho, “a Europa vai tremer com a Joana” e “não havia ninguém melhor para liderar este terramoto”. Aos olhos de Bruno Fialho, Joana Amaral Dias “comunga dos valores da ADN”, enquanto “mulher ativista e independente” e “símbolo de inconformismo”.
“O globalismo é o nosso maior inimigo”, atirou no discurso. O partido posiciona-se contra a “captura da agenda europeia por lóbis” e propõe “manter o dinheiro [euro] físico ativo”.
Nas eleições legislativas, a ADN somou mais de 100 mil votos. “Os portugueses deram um sinal de mudança”, afirmou Bruno Fialho sobre o “resultado histórico”.