A Ucrânia voltou a apelar aos aliados para que tomem “medidas extraordinárias e corajosas” para fornecer defesas aéreas que ajudem a enfrentar as vagas de ataques aéreos russos que têm visado o sistema energético nas últimas semanas.

“Precisamos urgentemente de mais Patriot e de outros sistemas modernos de defesa aérea, armas e munições”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, numa conferência sobre segurança no Mar Negro.

“A defesa aérea ucraniana protege agora não só os céus ucranianos do terrorismo aéreo russo, mas também os vizinhos Moldávia, Roménia e Polónia da ameaça imediata de mísseis e drones que entram no seu espaço aéreo”, acrescentou, em declarações citadas pela Reuters.

No mesmo sentido, o Presidente ucraniano condenou o ataque do Irão contra Israel e afirmou que o país precisa da ajuda dos aliados para se defender das ameaças aéreas, tal como Israel. “O mundo inteiro vê o que significa uma verdadeira defesa. Vê que é possível. E o mundo inteiro viu que Israel não estava sozinho nesta defesa, uma vez que a ameaça aérea foi combatida também pelos aliados”, considerou Volodymyr Zelensky.

“E quando a Ucrânia diz que os aliados não podem fechar os olhos aos mísseis e drones russos, isso significa que é necessário agir, e agir com firmeza”, acrescentou, referindo que os céus da Ucrânia “não estão protegidos pela retórica”.

Zelensky apelou novamente ao Congresso dos Estados Unidos para que aprove um pacote de ajuda vital que está bloqueado há meses. O presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, disse no domingo que iria tentar garantir a aprovação da ajuda a Israel esta semana, após o ataque do Irão, mas não clarificou se a legislação incluiria assistência à Ucrânia e a outros aliados.

Zelensky defende que é a liberdade de todos os povos que está em causa na Ucrânia FOTO Getty Images

Outras notícias que marcaram o dia:

⇒ O apoio à Ucrânia será um dos temas em discussão no encontro dos ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 a ter lugar entre quarta e sexta-feira em Capri, com a presença de Kuleba. “Se houver uma derrota da Ucrânia, é impossível chegar a um acordo. A derrota não é uma boa ponte para a paz. Para isso, precisamos de apoiar a Ucrânia. Mas o objetivo final é a paz. Paz com justiça”, declarou à Reuters o ministro italiano Antonio Tajani.

⇒ Pelo menos quatro pessoas, com idades entre 36 e 86 anos, morreram na sequência de bombardeamentos do exército russo contra a cidade de Siversk, na região de Donetsk, segundo o governador local, Vadim Filashkin. “A situação na frente é sempre difícil numa guerra tão intensa. Mas agora, e especialmente na região de Donetsk, está a tornar-se mais difícil”, lamentou Zelensky.

⇒ As forças russas mataram duas pessoas e feriram outras quatro ao atingirem um estabelecimento de ensino em Lukiantsi, na região de Kharkiv, informou o governador regional, Oleh Syniehubov.

⇒ A Ucrânia entregou três vezes mais drones às forças armadas até ao momento este ano do que em todo o ano de 2023. “Este processo continua e só vai crescer”, garantiu o coronel Vadym Sukharevskyi, comandante das forças de drones da Ucrânia.

⇒ A Comissão Europeia aprovou um plano de 69 reformas e dez investimentos na Ucrânia até 2027, que obrigam ao cumprimento de 146 indicadores para apoio financeiro da União Europeia, prevendo que a economia ucraniana cresça 6,2%.

⇒ Um tribunal militar russo condenou a 14 anos de prisão um homem que considerou culpado de cooperar com um Estado estrangeiro e de “justificar o terrorismo”. Vladlen Menshikov, de 29 anos, era suspeito de ter recebido instruções da Legião da Liberdade da Rússia, um grupo paramilitar ucraniano de russos que se opõem a Vladimir Putin e que reivindicou a responsabilidade por ataques transfronteiriços em território russo.

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