O líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Fabian Figueiredo, reagiu, esta sexta-feira, à ‘convocatória’ deixada pelo presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, que hoje disse que a Procuradora-Geral da República, Lucília Gago, deveria prestar declarações no Parlamento.

“Recordemos que um comunicado da Procuradora-Geral da República levou à demissão do Governo e à dissolução da Assembleia da República. Temos assistido ao desenvolvimento da Operação Influencer e às suas fragilidades. Isto tem levado a que em vários setores da sociedade portuguesa, da Esquerda à Direita, na academia, no sistema judiciário, tenha havido uma crescente preocupação. Todas as vozes têm pedido mais esclarecimentos”, começou por dizer o bloquista, saudando o presidente da Assembleia da República por se ter “juntado a esse apelo” que pede a Lucília Gago que seja “clara e transparente” – e dê justificações “sobretudo” sobre a Influencer.

Em declarações no Parlamento, o líder parlamentar deu ainda conta de que o Bloco de Esquerda “tem exigido” desde o momento em que a polémica se instalou que a Procuradora-Geral da República preste explicações no âmbito deste caso.

“Em 50 anos de Democracia, Portugal nunca tinha assistido a um episódio semelhante”, considerou, reforçando que foi o comunicado da PGR, “evasivo”, que levou à demissão do governo anterior.

Fabian Figueiredo afirmou que Lucília Gago deveria “tomar boa nota” perante estas declarações do presidente da Assembleia, e se disponibilizar para ir até ao Parlamento prestar esclarecimentos.

Questionado sobre se o Bloco de Esquerda iria avançar com alguma ação para que Lucília Gago viesse ao Parlamento, Fabian Figueiredo explicou que o partido queria acreditar que a Procuradora-Geral da República percebe que a sua vinda é “fundamental para a confiança dos cidadãos no Estado de Direito Democrático e independência do Ministério Público”.

O bloquista sublinhou ainda que “há vários setores da sociedade portuguesa” que querem esclarecimentos, já que, ‘feitas as contas’, esse caso tem vindo a “desmoronar cada vez que é escrutinado por juízes”, algo que a seu ver “levanta legítimas preocupações”.

Os jornalistas insistiram se o Bloco iria tomar providências chamando a PGR à 1.ª Comissão, e Fabian Figueiredo reforçou que queria acreditar que a mesma viria. “Se me pergunta se a PGR continuar fechada sob as suas masmorras, continuar a ser evasiva, achar que no séc. XXI é possível administrar a justiça como o tem feito, o Bloco de Esquerda procurará um campo mais alargado para garantir que a Procuradora vem à Assembleia da República”, admitiu.

A vontade de trazer Lucília Gago até à Assembleia da República foi demonstrada esta sexta-feira em entrevista à Antena 1 pelo presidente da Assembleia da República José Pedro Aguiar-Branco disse que Lucília Gago deveria falar para que não se crie um clima de suspeição.

“Qualquer um de nós não quer acreditar que haja uma conduta premeditada para à Esquerda ou à Direita provocar um determinado facto politico por via de uma investigação criminal, mas a verdade é que ninguém vive sozinho no mundo e é preciso ser explicado, porque se for explicado e se a situação ao ser explicada torna claro que a suspeição não existe, eu acho que estamos a contribuir para que esses dois mundos convivam de uma forma mais saudável para a democracia”, explicou.

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