Em declarações aos jornalistas no parlamento, Hugo Soares começou por saudar as medidas dirigidas aos pensionistas e reformados aprovadas hoje em Conselho de Ministros, que passam pelo aumento do valor de referência do Complemento Solidário para Idosos de 550 para 600 euros, a eliminação dos rendimentos dos filhos como condição de recurso para esta prestação ou a comparticipação integral de certos medicamentos para estes beneficiários.
“Estamos a cumprir a promessa de olhar para os pensionistas e reformados e de olhar para os que mais precisam”, defendeu.
Confrontado com as declarações da líder parlamentar do PS, Alexandra Leitão, de que o Governo se quis antecipar a uma medida que os socialistas já tinham anunciado que iriam trazer ao parlamento em breve, respondeu: “Estava previsto o PS trazer essa medida à Assembleia? Eu não sabia”.
“A líder parlamentar do PS apresentou um agendamento potestativo para final do mês sem tema, não tenho ainda o dom da adivinhação, nem eu nem o Governo”, disse.
Hugo Soares disse que hoje esperava que o PS “aplaudisse medidas para proteger os mais carenciados” que não foram aprovadas pelos seus executivos.
“Não deixa de ser estranho que quem governou oito anos venha pôr o dedo no ar e dizer que no final do mês iam propor isto, é até de alguma infantilidade”, disse.
Questionado se o Governo não pode ser acusado de eleitoralismo, uma vez que as medidas entrarão em vigor em junho, mês de eleições europeias, Hugo Soares pediu à oposição que se entenda.
“Se o Governo governa e faz coisas é porque está a pensar nas eleições, se demora mais é porque é um Governo que não faz”, afirmou.
E acrescentou: “Querem acusar o Governo de eleitoralismo? É a melhor acusação que me podem fazer a mim enquanto líder parlamentar”,
“Se acusar o Governo de eleitoralismo significa que o Governo tem uma prioridade, governar a bem das pessoas, se isso é eleitoralista, quero fazer um apelo ao Governo: que governe sempre a pensar nas eleições fazendo bem a quem mais precisa, porque é essa a função do Governo”, disse.
Hugo Soares rejeitou igualmente a crítica de que a AD não tinha no seu programa eleitoral, ao contrário do PS, a eliminação dos rendimentos dos filhos como condição de recurso do CSI.
“Essa matéria foi amplamente debatida na campanha eleitoral. Quantas vezes ouviram o primeiro-ministro dizer q estava disponível para acabar com essa iniquidade”, questionou.