Este projeto desenvolvido pela Câmara de Monforte (no distrito de Portalegre) e pela Santa Casa da Misericórdia local passou pela reabilitação da antiga Igreja do Espírito Santo, tendo o museu sido inaugurado em outubro de 2023, depois de um investimento na ordem dos 800 mil euros.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara de Monforte, Gonçalo Lagem, manifestou-se “bastante orgulhoso” com a atribuição do galardão, recordando que “este projeto diferenciador” estava a ser desenvolvida desde 2006 com a Santa Casa da Misericórdia de Monforte.

“É um projeto diferenciador que demorou muito tempo a ser concretizado, estamos a falar de um património azulejar nacional, de uma relíquia e tesouro nacionais e que resultou numa magnifica obra que vai ao encontro de todos os requisitos para ganhar o prémio, que passa pela defesa, proteção e valorização do património azulejar nacional”, disse.

Os azulejos estavam inicialmente instalados na antiga igreja do Convento do Bom Jesus, em Monforte, tendo este templo sido demolido nos anos 40 do século XX.

Os painéis, propriedade da Santa Casa da Misericórdia de Monforte, foram salvaguardados e encontravam-se acondicionados em 59 caixotes de madeira.

Com o objetivo de valorizar o conjunto de azulejos, foi assinado em 2006 um protocolo de colaboração entre a Santa Casa da Misericórdia e a Câmara de Monforte, ao abrigo do qual a transferência dos materiais seria feita para instalações municipais, de modo a que se procedesse aos trabalhos de montagem de painéis, registo e reacondicionamento das peças.

Em janeiro de 2012, segundo o município de Monforte, foi iniciado o projeto de valorização dos azulejos, tendo-se, numa primeira fase, procedido à abertura dos caixotes e remontagem dos painéis e inventariação.

Além dos painéis figurativos alusivos à vida da rainha Santa Isabel, o espólio é também constituído por momentos da vida de São Francisco e painéis não figurativos.

Organizados anualmente pelo Museu da Polícia Judiciária, os prémios SOS Azulejo destinam-se a reconhecer o trabalho de proteção e de valorização do património azulejar português ou de origem e tradição portuguesas.

Além deste prémio, o Museu da Polícia Judiciária atribuiu também, na segunda-feira, uma menção honrosa ao artigo publicado em revista científica “GIS based inventory for safeguarding and promoting Portuguese glazed tiles cultural heritage”, da autoria de Bertha Maria Batista dos Santos, Jorge Humberto Gaspar Gonçalves, Pedro Gabriel de Faria Lapa Barbosa de Almeida e Ana Maria Tavares Ferreira Martins Nepomuceno.

Já o Prémio Extraconcurso foi atribuído a Artur Goulart de Melo Borges, pelo mérito e relevância do seu trabalho continuado na valorização e divulgação do património cultural português, incluindo o património azulejar.

O projeto SOS Azulejo tem como parceiros a Associação Nacional de Municípios Portugueses, a Rede de Investigação em Azulejo da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, a Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, a Universidade de Aveiro, o Instituto Politécnico de Tomar, a GNR e a PSP.

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