As alterações climáticas são um processo dinâmico, discutido há cerca de 30 anos, e exigem “planeamento e atenção permanente”, começou por explicar António Carmona Rodrigues, professor na Universidade Nova de Lisboa. “Onde nos vão conduzir e quando” é uma incógnita e, apesar dos efeitos serem distintos nas várias partes do mundo, Portugal encontra-se numa posição “mais preocupante” face aos impactos, disse o também ex-ministro das Obras Públicas, Transportes e Habitação.

No mesmo sentido, o diretor-executivo da AJAP, Firmino Cordeiro, referiu a elevada exposição do país às consequências da mudança do clima que criam “solos mais degradados e secas cíclicas”. Em concordância, o professor apontou que a distribuição díspar de recursos leva a que as reservas de água “tenham de ser vistas de outra forma e mais interligadas”, também recorrendo a soluções como a dessalinização e a reutilização de águas residuais. Apesar de o sector ser “dinâmico e rápido a adaptar-se”, apontou, urge reabilitar infraestruturas como as barragens do interior que “dão zero” para o abastecimento urbano e que poderão ser mais dedicadas à agricultura. No sentido de adaptar, destaca-se ainda a “importância da investigação”, nomeadamente sobre como melhorar a resistência das culturas a condições desfavoráveis do ponto de vista climático. Para Aline Hall de Beuvink, professora universitária e comentadora da SIC Notícias, o “conhecimento empírico dos agricultores”, a par da ciência, será “uma das bases” para a adaptação às alterações climáticas.

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