O manifesto assinado por 50 personalidades como Rui Rio, Augusto Santos Silva ou João Caupers voltou a trazer o tema da reforma da justiça para cima da mesa. Os signatários apontam o dedo à atuação do Ministério Público (MP) – incluindo a prestação “inconcebível” na investigação que causou a demissão de António Costa – e pedem um “escrutínio externo” através de audições regulares na Assembleia da República. Da esquerda à direita, todos os partidos reconhecem a existência de problemas no funcionamento da justiça e mostram-se disponíveis para fazer uma “reflexão” sobre o tema. Contudo, nem todos concordam com o “contributo” que o documento traz à discussão.

À direita, Chega e Iniciativa Liberal consideram que o manifesto tenta discutir a justiça a partir de “casos concretos”. “Discutir justiça a propósito de factos concretos, de casos concretos, nunca foi boa política”, disse Rui Rocha. Já André Ventura foi mais longe e disse que o documento que une personalidades da esquerda e da direita representa um “ataque” à justiça para “proteger políticos”.

Num tom diverso, Pedro Nuno Santos veio afirmar que o manifesto é “muito bem-vindo” já que “ninguém deve ter medo” do escrutínio, incluindo a área da justiça. “Não existe nenhuma área que esteja acima do escrutínio e da crítica. A justiça é também uma área de avaliação e de escrutínio”, vincou o líder socialista. A esquerda à esquerda do PS também concorda com uma “reflexão sobre o funcionamento da justiça”, com o Bloco de Esquerda a pedir uma “reforma” e o PCP a manter-se mais recuado e a lembrar a importância da “autonomia” do MP.

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