Esta quinta-feira, a Rússia celebrou o Dia da Vitória, que marca a rendição das tropas nazis perante as forças soviéticas e, consequentemente, o fim da Segunda Guerra Mundial, há 79 anos. Como é habitual, Vladimir Putin discursou na Praça Vermelha, numa cerimónia militar que contou com a presença de nove mil soldados, entre os quais militares que estiveram na linha da frente, segundo a Lusa.

Tirando partido do simbolismo da efeméride, como é seu costume com datas e eventos marcantes da História do país, o Presidente russo começou por reconhecer o mérito de uma “geração de vencedores” que, “com valentia, luta contra as dificuldades”, aludindo aos militares russos que foram combater na Ucrânia.

Tal como na terça-feira, durante a tomada de posse para o seu quinto mandato presidencial, Putin admitiu que “a Rússia atravessa um momento crítico”, reforçando que o destino do país “depende de cada um”. Relativamente à escalada das tensões com a Ucrânia e os seus aliados ocidentais, o chefe de Estado assegurou que “a Rússia fará tudo para evitar um confronto global”.

Ao mesmo tempo, tornou a destacar a prontidão do seu arsenal nuclear, discurso que vem pontuando os mais de dois anos de conflito e que voltou a ganhar destaque nos últimos dias à boleia da sua entrada em funções para um novo mandato. “Não permitiremos que ninguém nos ameace”, sublinhou.

Ucrânia na UE em 2030?

Vladimir Putin tornou a anunciar que vai ordenar “manobras militares nucleares” num “futuro próximo”. Já esta tarde, afirmou que tanto a Rússia como a Bielorrússia já iniciaram as preparações para os exercícios conjuntos com armas nucleares táticas, de acordo com a agência noticiosa Interfax.

Paralelamente, e enquanto aguarda a chegada da totalidade do mais recente pacote de ajuda dos EUA, bloqueado durante quase meio ano devido a um impasse no Congresso, a Ucrânia está cada vez mais próxima da integração europeia. Esta quinta-feira, a propósito do Dia da Europa, que celebra a apresentação da histórica “Declaração Schuman”, a 9 de maio de 1950, que abriu caminho à formação da UE como a conhecemos hoje, a presidente do Parlamento Europeu avançou que as negociações para adesão da Ucrânia deverão começar em junho.

Em entrevista ao jornal ‘Ukrainska Pravda’, Roberta Metsola disse estar “otimista quanto à possibilidade de o quadro negocial ser aprovado pelos Estados-membros da UE em junho”.

A este respeito, a embaixadora da UE em Kiev, Katarina Mathernova, considerou “muito realista” a possibilidade da entrada do país no bloco em 2030, anteriormente apontada pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

Outras notícias

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⇒ O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, demitiu o chefe do Departamento de Proteção do Estado (UDO), a que pertenciam até há dois dias dois coronéis detidos por alegado envolvimento numa conspiração russa para assassiná-lo. A destituição de Serhi Rudi decorreu no âmbito de um processo de remodelação das altas patentes das Forças Armadas. Hoje foi também nomeado o novo comandante das Forças de Operações Especiais, Oleksander Trepak.

⇒ A situação na frente de guerra está a deteriorar-se para a Ucrânia devido à pressão da Rússia, que continua a ganhar terreno perto da cidade de Avdivka, tomada pelas forças russas em fevereiro após meses de cerco. A conclusão consta em uma das últimas ‘newsletters’ do canal ucraniano Telegram DeepState, considerado um dos mais influentes e informados grupos de monitorização e análise de conflitos.

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