“A ação segue um padrão de ataques das forças israelitas a infraestruturas vitais em Gaza, especialmente hospitais, com ataques semelhantes registados pelo nosso escritório na capital, no norte, no centro e em Khan Younis, com graves consequências para os pacientes e profissionais de saúde”, afirmou a porta-voz da organização, Ravina Shamdasani, num comunicado.

A mesma fonte sublinhou que “o impacto sobre os civis é terrível” num contexto de um conflito que provocou quase 70 mil feridos, “num sistema de saúde quase em colapso devido a ataques a instalações de saúde e restrições a suprimentos essenciais”.

As instalações de saúde são protegidas pelo direito humanitário internacional, lembrou ainda a porta-voz, notando que mesmo que Israel conclua que o hospital Nasser perdeu essa proteção por ser utilizado em “atividades prejudiciais às suas forças armadas, deve respeitar os princípios da proporcionalidade e da precaução”.

“Como potência ocupante, Israel tem o dever de garantir e manter instalações de saúde em todo o território ocupado, que inclui Gaza”, concluiu.

Segundo o gabinete chefiado pelo Alto Comissário Volker Türk, o ataque ocorre apenas uma semana depois de uma ação semelhante num outro hospital no sul de Gaza, o Al Amal em Khan Yunis.

No ataque de hoje, afirmou o escritório da ONU, o exército israelita ordenou a transferência de todos os pacientes para outros edifícios, incluindo os que estavam nos cuidados intensivos ou os bebés das incubadoras, expondo-os a riscos graves, até mesmo de morte.

À ONU também chegaram relatos, não confirmados, de prisões de pessoas que tentavam sair do hospital.

O conflito em curso resultou de um ataque contra Israel, a 07 de outubro, do movimento islamita palestiniano Hamas, que resultou em 250 reféns e a morte de cerca de 1.160 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da agência France-Presse (AFP) baseada em dados oficiais israelitas.

Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, bombardeia desde então a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas pelo menos 29.000 pessoas — na maioria mulheres, crianças e adolescentes — e feridas mais de 68.000, também maioritariamente civis. Cerca de 8.000 corpos permanecem debaixo dos escombros, segundo as autoridades locais.

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