Ao fim de mais de duas horas a responder aos deputados na Comissão Parlamentar de Defesa esta quarta-feira, Nuno Melo não deixou claro se admitia ou rejeitava, em definitivo, a ideia “académica” de permitir aos jovens que cometeram pequenos delitos a opção pelo serviço militar. O ministro da Defesa Nacional (MDN) voltou a negar ter apresentado qualquer “proposta, medida ou estudo”, no já célebre discurso na Universidade Europa da Aliança Democrática, mas também recusou responder ao facto de ter essa intenção inscrita na sua moção à liderança do partido, em 2022.

“Quem está aqui para ser ouvido é o MDN, não o presidente do CDS”, respondeu Nuno Melo a uma questão do deputado socialista Luís Dias, que lembrou o facto de o líder democrata-cristão ter defendido serviço militar para “jovens delinquentes” como candidato ao partido.“É natural que me pergunte pelo programa do Governo” – onde essa medida não consta -, “por não ser aqui [na Comissão de Defesa] que está em causa o pensamento do presidente do CDS”. Ao longo da audição, nenhum deputado voltou a questionar Nuno Melo sobre a origem da ideia que mencionou no discurso aos jovens do PSD e do CDS. “Se me pergunta o que penso, é o que está no programa do Governo”, evadiu-se Nuno Melo, ressalvando: “Posso defender o programa do Governo, mas não perdi a capacidade de pensar”.

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