O governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, antecipou esta quinta-feira que a dívida pública provavelmente ficará abaixo dos 100% do produto interno bruto (PIB), poucos minutos antes de o número oficial ser divulgado. 

“Chegamos hoje – e hoje que o Banco de Portugal vai divulgar esse número – a uma situação em que a dívida pública em percentagem do PIB vai voltar, com uma probabilidade muito grande, abaixo dos 100%“, disse Centeno no Fórum Banca 2024. 

Centeno acrescentou que isto “é um trajeto” e não uma “situação que acontece por acaso”: “É um esforço que começa no setor financeiro, passa pelas famílias, empresas e Estado”.

O BdP divulga hoje o rácio da dívida pública em 2023, que deverá ter reduzido mais depressa do que o previsto e ficar abaixo dos 103% previstos pelo Governo, segundo os economistas consultados pela Lusa.

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Depois do Instituo Nacional de Estatística (INE) ter divulgado esta semana a estimativa preliminar do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023, o Banco de Portugal (BdP) revela hoje a dívida pública, na ótica de Maastricht, e o seu peso no produto. 

O Governo prevê no Orçamento do Estado para 2024 (OE2024) que o rácio da dívida pública caia dos 112,4% registados em 2022 para 103% em 2023, antes de se fixar abaixo dos 100% em 2024 (98,9%).

Contudo, a evolução do PIB nominal acima do esperado deverá dar um impulso extra à redução do rácio, caindo mais depressa do que o esperado, segundo os economistas consultados pela Lusa.

Os economistas admitem que o peso da dívida pública poderá ter tocado já em 2023 a meta dos 100%.

A concretizar-se, o ministro das Finanças, Fernando Medina, fecha o ano de 2023 com o peso da dívida pública face ao PIB a rondar o registado em 2010 (100,2%), reafirmando a consolidação da trajetória de redução seguida nos últimos anos.

De acordo com dados do Banco de Portugal, em termos nominais, a dívida pública diminuiu 2,5 mil milhões de euros em novembro de 2023, para 267,9 mil milhões de euros.

Esta evolução refletiu principalmente o decréscimo dos empréstimos (-2,1 mil milhões de euros), sobretudo por via da amortização parcial de empréstimos do Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (MEEF), em 1,5 mil milhões de euros.

Já os depósitos das administrações públicas reduziram-se 2,5 mil milhões de euros. Deduzida desses depósitos, a dívida pública manteve-se nos 252,6 mil milhões de euros.

[Notícia atualizada às 09h41]

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