“Num ano de festa, o Livros a Oeste — Festival do Leitor não poderia deixar de celebrar a liberdade que tirou as mordaças à palavra e à literatura em Portugal. O 25 de abril abriu um capítulo, não só de democracia política, mas também de democracia cultural, com uma maior participação cívica, nomeadamente através da expressão artística. A diversidade programada para esta edição é um reflexo dessa pluralidade, que queremos valorar”, afirmou José Tomé, vice-presidente do Município da Lourinhã, citado em nota de imprensa.

Além das conversas com autores, apresentações de livros e oficinas, a edição deste ano conta com momentos interativos e multidisciplinares.

Exemplo disso é, logo no primeiro dia, a instalação artística “Três Luzes acenderam ao mesmo Tempo em Três Janelas Diferentes”, criada pelo músico português noiserv a partir de um livro e que procura apelar à escuta do outro, através de um trabalho que cruza os universos da literatura e da música.

Também para cruzar diferentes linguagens artísticas, no primeiro dia, o ‘rapper’ português Sam The Kid junta-se ao linguista Marco Neves para gravar uma emissão especial do podcast “Assim ou Assado”, sobre mitos e curiosidades da língua portuguesa, com tradução simultânea em língua gestual portuguesa.

Afonso Cruz, Virgílio Castelo (dia 14), Telma Tvon, Alice Neto de Sousa, Maria Caetano Vilalobos (15), Duncan Simpson, José Pacheco Pereira, Nuno Artur Silva, Rui Oliveira Marques (16), Cláudia Lucas Chéu, Vítor Belanciano, Sérgio Godinho, Rui Cardoso, Raquel Varela (17), Rui Zink e Ana Aranha (18) vão conversar com os leitores sobre temas variados.

Além das apresentações de livros e das conversas com autores, o festival conta com sessões dedicadas aos mais novos, oficinas, concurso de leitura, leituras na rua, a habitual feira do livro e cinema com a exibição da curta-metragem “The Ice Merchants”, de João González, que em 2023 chegou a estar entre os nomeados aos Óscares de Hollywood.

A edição deste ano foca-se também na vida e obra de Cesário Verde e nos 500 anos de Camões.

Uma exposição construída a partir do livro “Reconstituição Portuguesa”, um projeto artístico e político de vários países que desconstrói a constituição fascista de 1933, vai estar patente na Biblioteca Municipal da Lourinhã.

O antes e o depois do 25 de Abril de 1974 vão ser evocados em vários momentos, destacando-se a presença de Ana da Silveira Moura e de Eurico Reis, juiz desembargador jubilado e fundador do movimento cívico Não Apaguem a Memória.

O festival encerra, no dia 18, com um concerto da banda Boémia que assinala 25 anos de existência e revisita os dias entre 25 de abril de 1974 e 25 de novembro de 1975.

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