O opositor russo Vladimir Kara-Murza, que se encontra preso na Sibéria, terá de enfrentar uma “longa e árdua” transferência para um tribunal de Moscovo, onde será ouvido no recurso da sua sentença de 25 anos de prisão por vários crimes, incluindo traição.

Segundo a agência de notícias Reuters, que cita a advogada de Kara-Murza, Maria Eismont, as condições da transferência podem ser uma tortura para o opositor, que sofre de um grave problema no sistema nervoso.

O cidadão russo-britânico encontra-se detido numa colónia penal em Omsk e a transferência para Moscovo poderá demorar pelo menos três semanas, entre viagens de comboio e paragens em prisões durante o percurso. Durante esse período não haverá qualquer tipo de contacto com a família ou advogados. 

Em causa está o facto de o Supremo Tribunal russo ter ordenado que Kara-Murza fosse transferido para Moscovo para ser ouvido no seu recurso por se tratar de um caso que envolve segredos de Estado e, por isso, não poder ser discutido por videochamada, explicou a Reuters.

Kara-Murza, sublime-se, foi condenado a 25 anos de prisão depois de ter sido acusado de traição, de divulgar “informações falsas” sobre o Exército russo e de manter ligações com uma “organização indesejável”. Esta sentença é a pena mais pesada imposta a um opositor na história recente da Rússia.

O opositor sobreviveu a envenenamentos em 2015 e 2017, os quais atribuiu ao Kremlin. As autoridades russas negaram qualquer responsabilidade.

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