O Comité de Investigação da Rússia diz ter provas de que os atiradores tajiques acusados de matar pelo menos 143 pessoas numa sala de concertos perto de Moscovo, na semana passada, estão ligados a nacionalistas ucranianos, avança a Reuters. A Ucrânia nega o envolvimento e os EUA afirmam que o Daesh – que reivindicou o ataque – é o único responsável.

SAIDAKRAMI RACHABALIZODA – suspeito de ser o atirador

Saidakrami Rachabalizoda, de 30 anos, é nacional do Tajiquistão, tal como os outros três suspeitos de serem atiradores. Parece ter vivido na Rússia durante anos – em 2018 foi multado em 2500 rublos (27 dólares) por violação das regras de imigração, de acordo com uma base de dados do tribunal.

Após a sua detenção, foram publicados vários vídeos pelo Grey Zone, um canal de Telegram próximo do grupo mercenário Wagner, onde Rachabalizoda era maltratado. Num dos vídeos, foi pontapeado e espancado com coronhas de espingarda. Noutro, um homem de uniforme camuflado cortou parte da orelha direita e enfiou-a na boca de Saidakrami.

No dia 24 de março, Rachabalizoda compareceu em tribunal com uma ligadura à volta da orelha direita e com nódoas negras e sangue espalhado pela cara. Questionado sobre as provas em vídeo e fotografia de que ele e os outros suspeitos foram torturados, o Kremlin recusou-se a comentar.

MUHAMMADSOBIR FAYZOV – suspeito de ser o atirador

Muhammadsobir Fayzov, de 19 anos, é o mais jovem dos detidos. Antes do atentado, trabalhava como barbeiro numa cidade a nordeste de Moscovo, na Rússia.

A Reuters avança que após a detenção de Fayzov, vários canais Telegram publicaram um vídeo que o mostra a ser interrogado numa cama de hospital. Nas fotografias que circulam na Internet, parece faltar-lhe um olho.

A 24 de março foi levado a tribunal numa cadeira de rodas, com a cabeça inclinada para trás e os olhos fechados, aparentemente alheio ao que se passava à sua volta.

DALERDZHON MIRZOYEV – suspeito de ser o atirador

Mirzoyev tem 32 anos e quatro filhos. Foi processado em 2011 por violar as regras de imigração russas, de acordo com os registos do tribunal, consultados pela Reuters. Dados de viagens aéreas que foram divulgados mostram que ele voava ocasionalmente de Moscovo para o Tajiquistão e vice-versa.

Um vídeo publicado nas redes sociais mostra Mirzoyev a responder a perguntas através de um intérprete. Disse que vivia num albergue com outro homem, Mukhamad, e que 10-12 dias antes tinham comprado um carro “para trabalhar” a alguém chamado Abdullo. As fotografias tiradas na sala de audiências mostram-no com cortes e hematomas no rosto.

SHAMSIDIN FARIDUNI – suspeito de ser o atirador

Shamsidin Fariduni, de 25 anos, disse num vídeo de interrogatório que foi divulgado que tinha chegado da Turquia a 4 de março. Nas redes sociais tinham publicado fotografias de Istambul no final de fevereiro.

No vídeo gravado após a sua detenção, disse que tinha “disparado contra pessoas” na Câmara Municipal de Crocus “por dinheiro”, depois de lhe terem sido oferecidos 500 000 rublos (5 400 dólares).

Mais tarde, o canal Grey Zone Telegram publicou uma fotografia que mostrava Fariduni a ser torturado com choques eléctricos nos órgãos genitais, deitado no chão, com as calças arregaçadas até aos joelhos e alguém em cima das suas pernas. Quando compareceu em tribunal, a 24 de março, apresentava um forte inchaço no lado esquerdo da cara.

O Serviço Federal de Segurança (FSB) informou que deteve 11 pessoas relacionadas com o atentado, reivindicado pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI). Quatro dos detidos são suspeitos de serem os atiradores.

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