“O chanceler Scholz não deve ficar em segundo plano em relação aos ajustados interesses comerciais da Alemanha, mas deve liderar, colocando a relação sino alemã numa base de respeito pelos direitos humanos”, argumentou Wenzel Michalski, diretor da HRW para a Alemanha, citado em comunicado.

Para Michalski, “a promoção dos direitos humanos é boa tanto para o povo chinês, como para os interesses a longo prazo da Alemanha.”

A ONG notou que desde a última visita de Scholz a Pequim, em novembro de 2022, que a Alemanha lançou uma nova estratégia para a China, “na qual se compromete a responder a um governo chinês cada vez mais assertivo e abusivo, ‘mitigando o risco’ ou reduzindo a dependência da China para cadeias de abastecimento críticas”.

A organização referiu ainda que na estratégia “os direitos humanos estão no centro”.

Na carta que a HRW dirigiu a Scholz a 12 de abril, véspera do início da atual deslocação, instou a “deixar claro” ao Presidente chinês, Xi Jinping, que as relações entre os países “será afetada se Pequim não resolver as graves violações dos direitos humanos” no país asiático.

“Estas violações incluem o fim dos crimes contra a humanidade contra os uigures e outras comunidades turcomenas em Xinjiang e a libertação das centenas de milhares de uigures detidos ou presos arbitrariamente, incluindo Rahile Dawut, um proeminente especialista em etnografia, e Ilham Tohti, académico uigur e laureado com o Prémio Sakharov”, lê-se no comunicado da organização.

A mesma fonte indicou que Pequim deve revogar as “duas leis draconianas de segurança nacional em Hong Kong e libertar as pessoas injustamente detidas na China continental, incluindo o advogado de direitos humanos Yu Wensheng e a sua mulher, Xu Yan.

Scholz voltou hoje a pedir “igualdade de oportunidades” para as empresas alemãs, defendeu a concorrência leal e rejeitou a possibilidade de adotar medidas protecionistas contra os veículos elétricos chineses.

O governante acrescentou que quando se deslocar a Pequim, na terça-feira, vai abordar o assunto com o Presidente chinês, Xi Jingping, com quem, para além das questões geopolíticas, vai falar sobre as condições para uma concorrência leal, a transformação ecológica e os investimentos que são “essenciais para que a economia se desenvolva de uma forma que aumente a prosperidade e não prejudique o ambiente”.

O chanceler, que iniciou a sua segunda visita oficial à China no sábado passado, acompanhado pelos responsáveis alemães pelo ambiente, Steffi Lemke, transportes e digitalização, Volker Wissing, e agricultura, Cem Özdemir, regressará à Alemanha depois de visitar Pequim na terça-feira, a última etapa da sua viagem.

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