Rituais de homenagem aos mortos estão a ser ameaçados na Índia devido ao declínio acentuado na população de abutres. Em causa está o envenenamento destas aves, explica o jornal El Español

Realizados há milénios nas comunidades Parsi, nas cerimónias zoroastrianas os mortos são colocados em estruturas chamadas dakhma (torres do silêncio). Estes edifícios circulares e elevados são concebidos para que o cadáver não contamine os elementos sagrados da terra, do fogo e da água. Segundo a tradição, os cadáveres são colocados no cimo destas torres, onde se decompõem naturalmente e os abutres e outras aves de rapina devoram a carne. Depois, os ossos são recolhidos no centro da torre, onde a água da chuva, o carvão e a areia os fazem desaparecer até serem levados para o mar.

O responsável pela morte indiscriminada de abutres na região da Índia e do Paquistão é o anti-inflamatório Diclofenac. Uma substância administrada em massa aos animais de criação e que, uma vez mortos, chega ao corpo dos abutres através da ingestão da carcaça. Inchaço doloroso, inflamação e insuficiência renal são os sintomas que afetam estas aves. Em consequência, 97% das três principais espécies de abutres destas regiões já desapareceram.

Devido à situação, membros da comunidade Parsi têm optado por cremar ou enterrar os entes queridos, renunciando assim à tradição. 

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