Segundo um comunicado hoje divulgado, a medida, conduzida pelo Gabinete de Controlo de Ativos Estrangeiros em coordenação com parceiros internacionais, visa “agentes do grupo terrorista Hamas” e a utilização de “guerra de informação e veículos aéreos não tripulados para facilitar a violência terrorista em múltiplas frentes”.

“A ação conjunta de hoje reforça o nosso foco contínuo e coletivo em perturbar a capacidade do Hamas de conduzir novos ataques, nomeadamente através da guerra cibernética e da produção de veículos aéreos não tripulados”, afirmou o subsecretário do Tesouro para o Terrorismo e Informações Financeiras, Brian E. Nelson, citado no comunicado, referindo que o Departamento de Tesouro (o equivalente ao Ministério das Finanças em Portugal) tomará mais medidas contra elementos do grupo palestiniano “onde quer que operem, incluindo no ciberespaço”.

As sanções são dirigidas contra Hudhayfa Samir Abdallah al-Kahlut, porta-voz das Brigadas al-Qassam, o braço militar do Hamas em Gaza, acusado de ameaçar publicamente executar reféns civis detidos pelo grupo palestiniano desde o seu ataque em solo israelita em 07 de outubro de 2023.

Al-Kahlut, segundo as autoridades norte-americanas, também lidera o departamento de influência cibernética das Brigadas al-Qassam e esteve envolvido na aquisição de servidores e domínios no Irão para alojar o ‘website’ oficial da unidade militar palestiniana, em cooperação com instituições iranianas.

Outro elemento visado é William Abu Shanab, comandante da unidade al-Shimali baseada no Líbano, que gere “projetos de desenvolvimento e produção de morteiros automáticos de 120 mm, lançadores móveis de foguetes Grad, desenvolvimento e produção de simuladores de voo, veículos aéreos não tripulados para recolha de informação e ‘drones’ suicidas”.

“As centenas de operacionais da unidade são treinadas numa série de conjuntos de competências para apoiar as operações terroristas do Hamas, incluindo guerra urbana, formação de pilotos de veículos não tripulados, aeronáutica, mergulho naval e recolha de informações”, descreveu o Departamento do Tesouro, acrescentando que Abu Shanab foi formado no Irão e no Sudeste Asiático e que estará “fortemente envolvido” no fabrico de ‘drones’ do movimento.

O seu assistente, Bara’a Hasan Farhat, comandante da unidade al-Shimali, e Khalil Muhammad Azzam, oficial de informações deste grupo, são os outros dois nomes integrados nestas sanções, que preveem que todos os bens e interesses em bens nos Estados Unidos são bloqueados.

“Além disso, quaisquer entidades que sejam detidas, direta ou indiretamente, individualmente ou em conjunto, 50% ou mais por uma ou mais pessoas sancionadas também são bloqueadas”, referiu ainda o Departamento do Tesouro, advertindo que instituições financeiras não norte-americanas e outras pessoas envolvidas com aqueles indivíduos do Hamas podem ser igualmente alvo de medidas.

A ação de hoje, de acordo com a entidade governamental norte-americana, vem no seguimento de outras já tomadas este ano, em conjunto com Austrália e Reino Unido, que atingiram os principais agentes de financiamento e apoio do Hamas

As sanções ocorrem em plena guerra na Faixa de Gaza, iniciada há mais de seis meses com um ataque terrorista sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, onde matou quase 1.200 pessoas e levou outras 240 como reféns.

Desde então, Israel encetou uma retaliação em grande escala na Faixa de Gaza, provocando a morte de mais de 33 mil pessoas, na maioria civis, e mergulhando o enclave numa grave crise humanitária.

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