O Rio Grande do Sul está a ser afetado por chuvas fortes e inundações desde segunda-feira, tendo já a registar 56 mortos e mais de 32 mil desalojados. Os dados levam a ocorrência a ser considerada a maior tragédia climática do estado brasileiro, mas o que está por trás do fenómeno?

O especialista em clima Pedro Cortês explica à CNN Brasil que aquele estado brasileiro está a ser atacado por frentes frias vindas do sul do continente sul-americano, que não conseguem progredir devido a uma zona de alta pressão no centro do Brasil que funciona como uma ‘muralha’. Esta zona de alta pressão desvia a humidade do Oceano Atlântico para o Rio Grande do Sul e Amazónia. Desta forma, o estado recebe humidade de todas as direções, enquanto a frente fria atual não consegue escapar.

“É o que eu chamaria de tempestade perfeita, porque o Rio Grande do Sul está a ser afetado pelas frentes frias que vêm do sul do continente, mas essas frentes não conseguem progredir por causa de uma zona de alta pressão no centro do Brasil”, afirmou o especialista.

Pedro Cortês explica que é prevista chuva com grande intensidade em algumas zonas do Brasil até à próxima sexta-feira. Ao todo, 265 municípios foram afetados, mais de metade do Rio Grande do Sul.

O número de vítimas mortais confirmadas até este sábado já supera o das registadas em setembro do ano passado na região do Vale do Rio Taquari, no centro do estado, quando 54 pessoas perderam a vida durante a passagem de um ciclone extratropical, naquela que até agora era a maior tragédia climática do Rio Grande do Sul.

Da noite desta sexta-feira para a manhã deste sábado, as equipas de resgate localizaram mais 17 corpos, ultrapassando o máximo registado no ano passado.

De acordo com o mesmo relatório parcial da Protecção Civil do Rio Grande do Sul, centenas de pessoas ficaram feridas de alguma forma menos grave em todo o estado, mas 74 tiveram de ser hospitalizadas. Pelo menos outras 67 pessoas continuam desaparecidas.

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