Correspondente SIC

Conforme os anos passam, pouco muda em Pripyat, cidade satélite da central nuclear de Chernobyl – onde chegaram a morar 50 mil pessoas – que está a ser tomada pela natureza. A correspondente da SIC na Ucrânia, Iryna Shev, visitou a zona de exclusão.

Noutros tempos considerada um símbolo do planeamento urbano moderno da União Soviética, Pripyat era uma cidade privilegiada e abastada onde muitos ucranianos sonhavam morar. Porém, o acidente na central nuclear alterou dramaticamente a realidade da cidade exemplo.

A roda gigante talvez um dos símbolos mais conhecidos de Chernobyl, mas o que poucos sabem é que este carrossel, tal como os outros do parque infantil, nunca chegou a ser inaugurado.

A abertura estava prevista para 1 de maio de 1986, mas cinco dias antes, um teste no reator 4 da central provocou uma explosão e esventrou o núcleo com material altamente radioativo.

Milhares de homens pela Ucrânia foram chamados para os processos de liquidação. Foi o caso de Andriy Kulish, antigo soldado de 65 anos que se encontrou com a SIC num museu em Kiev. Aos 28 anos, passou quatro meses na zona de exclusão.

“É muito difícil explicar por poucas palavras o que é a radiação. Ela não se vê, a relva cresce tal como crescia, as árvores desabrocham tal como desabrochavam. Cerejas, maçãs, está lá tudo. A água corre, não mudou nada. Ela não se vê, ela é insidiosa”, conta Andriy.

Kulish e os seus soldados participaram em processo de desativação da floresta vermelha. Depois da explosão, os pinheiros absorveram uma grande quantidade de radiação e mudaram de cor.

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