Análise

Germano Almeida analisa as implicações da visita de Xi Jinping à Europa e os últimos desenvolvimentos do conflito no Médio Oriente.

O Presidente chinês, Xi Jinping, inicia hoje em França a primeira visita à Europa desde a pandemia de covid-19, incluindo deslocações também à Hungria e Sérvia, com uma agenda que deve incluir Ucrânia, comércio e investimento. Germano Almeida destaca o facto de ser “primeira viagem do Presidente Xi à Europa desde 2019”, o que “mostra que depois da pandemia, a China ficou numa situação em que precisa mais da Europa”.

Antes da pandemia, a China “estava claramente a ser a potência ascendente, com um crescimento económico muito acima de todos os outros. As coisas não estão bem assim nesta altura e claramente parece que Xi tem que ter uma posição mais dialogante e não assertiva”.

O comentador da SIC mostra-se mais interessado na vertente económica da visita do Presidente da China e, fundamentalmente, no que será abordado esta tarde entre Xi e o Presidente francês sobre a “questão da agressão russa da Ucrânia” onde no entender de Germano Almeida será possível ver duas coisas:

Se Macron terá a mesma posição de Blinken (…) que a China está a ser o elemento fundamental na ajuda russa, porque sem essa ajuda chinesa, a Rússia não mantinha o mesmo grau de agressão. E outra, se de facto a China, perante isso, vai ter uma posição (…) que compreende que para a Europa a questão ucraniana é importante e, portanto, se vai dizer a Macron claramente se a Rússia está a violar a integridade territorial da Ucrânia“.

Médio Oriente: “Não vai haver acordo, pelo menos para já”

Sobre o conflito no Médio Oriente e o facto de Israel estar a preparar-se para avançar no terreno, quando o Hamas já aprovou a primeira fase do cessar-fogo, cujos termos tinham sido propostos por Israel, Germano Almeida diz que “há diferentes versões relativamente ao ponto em que as negociações estão”.

“Claramente a grande novidade das últimas horas é o facto de famílias de civis terem já começado a sair da zona Leste de Rafah. Estamos a falar de cerca de 100 mil palestinianos, apesar de tudo um número relativamente pequeno para o total de 1 milhão e meio quase, que estão naquela ponta Sul, na sequência de instruções dadas por Israel, que iriam começar uma operação limitada nessa zona”, explica.

O comentador da SIC realça que “a verdade é que não há acordo porque o Hamas considera e continua a considerar que só haverá libertação de reféns quando tiver a garantia que a guerra acabe, ou seja, que não há operação em Rafah”.

Germano Almeida destaca ainda a questão dos reféns: “Nem o Hamas dá a lista dos reféns vivos, nem Israel garante que não faz operação em Rafah e, portanto, infelizmente, há que ser realista e, de facto, não vai haver acordo, pelo menos para já”.

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