Apesar das negociações que continuam no Cairo e das reservas norte-americanas, o primeiro-ministro de Israel reafirmou a intenção de avançar sobre Rafah, a cidade-refúgio do sul de Gaza que abriga mais um milhão e meio de deslocados.

Além da retórica do primeiro-ministro israelita, há outros sinais que apontam para o que Televive diz ser a a inevitabilidade de uma ofensiva sobre Rafah, cidade palestiniana do sul de Gaza para onde nos últimos seis meses a guerra empurrou mais de um milhão e meio de pessoas.

O Ministério da Defesa de Israel publicou no site governamental uma espécie de oferta pública de aquisição de 40 mil tendas. A imprensa israelita, que cita fontes do governo, diz que as tendas vão servir para realojar cerca de meio milhão de civis palestinianos que, neste momento, estão em Rafah e desta forma abrir caminho às forças de Israel.

Apesar da pressão interna para que o governo faça um acordo que permita a libertação dos 133 reféns ainda presos em Gaza, e apesar do crescente isolamento internacional e do gradual afastamento da administração Biden, o primeiro-ministro israelita tenta mostrar-se inflexível.

Por sua vez, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos diz que o governo israelita não comunicou qualquer data para uma eventual ofensiva, um sinal de que Washington se quer distanciar desse cenário, enquanto se mostra empenhado num acordo que conduza a uma trégua, à libertação de reféns e ao reforço da ajuda humanitária a Gaza.

Noutra frente diplomática, a Turquia anunciou que vai embargar a exportação de meia centena de produtos e matérias-primas para Israel, até que haja um cessar-fogo em Gaza. A guerra comercial foi declarada depois do governo israelita ter recusado a participação da Turquia nas missões aéreas de apoio humanitário ao território. Telavive promete retaliar.

Nos últimos dias, entraram mais camiões com bens de primeira necessidade pelas fronteiras de Gaza. Mas, ao fim de seis meses de bombardeamentos, de bloqueio total, com os hospitais destruídos ou inoperacionais e parte da população abrigada precariamente em tendas sobrelotadas, sobreviver tornou-se uma missão diária para milhares de pessoas.

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