Pedro Nuno Santos fez esta afirmação num discurso durante um almoço na Cervejaria Trindade, em Lisboa, no qual também participou o primeiro-ministro, António Costa, e várias personalidades do partido como Augusto Santos Silva, Eduardo Ferro Rodrigues, Fernando Medina ou Mariana Vieira da Silva.

Nesta intervenção, Pedro Nuno Santos salientou que o partido “não hesita” e “é claro” na ideia de que só há uma forma de derrotar a AD: “é com a concentração de votos no PS”.

“Com a certeza de que nós conseguimos trabalhar, dialogar com todos e os avanços que muitos partidos querem só vão acontecer se o PS ganhar as eleições. Nós sabemos hoje que, se nós ganharmos e liderarmos um Governo, somos capazes de ouvir os outros”, assegurou.

O líder do PS deu o exemplo da Agenda para o Trabalho Digno, referindo que, apesar de o partido a ter aprovado sozinho na Assembleia da República, é composta por “propostas de vários partidos” e não tem “um único recuo, só avanços nos direitos sociais e laborais”.

“Por isso, neste momento, nós temos mesmo de assegurar que nós conseguimos ganhar as eleições. Que a esquerda ganha as eleições, mas isso só acontece com o PS a ganhar as eleições, a derrotar a Aliança Democrática (AD), a derrotar o PS”, sustentou.

Pedro Nuno Santos apelou a que todos os portugueses vão votar, mas em particular “aqueles que têm boa memória do que foi a governação da AD, com a certeza de que o programa que apresenta não é diferente”.

“Antes chamava-se Portugal à Frente (PàF), mas é exatamente igual: nas pessoas, nos rostos, nas respostas, nas narrativas, no programa. Se nós quisermos ter um projeto de futuro, de esperança, que permita ao país continuar a avançar, nós temos de votar no PS”, defendeu.

O secretário-geral socialista apelou em particular “aos mais velhos, aos reformados, aos pensionistas a participarem no ato eleitoral e a darem a vitória a um partido que esteve sempre ao seu lado, que tem uma relação de confiança, que não precisa de se reconciliar porque esteve sempre lá”.

Acusando a direita de querer “desbaratar” a atual estabilidade orçamental e financeira, Pedro Nuno Santos defendeu que “podem acontecer várias coisas” com o programa da AD, a primeira das quais “é nem sequer o conseguirem cumprir”.

“Porque apresentam um cenário macroeconómico que é irrealista, não tem adesão a nenhuma instituição internacional, ele é um ato de fé”, afirmou, salientando que, caso essas previsões não se cumpram, a AD vai ter cortar e vai escolher “segurar a poupança fiscal que querem dar aos de cima e cortar nos mesmos onde cortarão sempre”.

No entanto, Pedro Nuno Santos defendeu que, caso esse cenário “corra bem e dê certo, aí o problema ainda é mais grave”. Com Ferro Rodrigues a ouvi-lo, Pedro Nuno Santos citou as palavras do antigo secretário-geral socialista e presidente do parlamento que, já em 2002, tinha criticado o “choque fiscal” proposto por Durão Barroso, na altura líder do PSD.

“Dizia o secretário-geral do PS da altura que era um cheque fiscal para os ricos e um xeque-mate para a classe média a proposta deles. Ainda dizia outra coisa: é que era um Robin dos Bosques ao contrário, a proposta que a direita tinha para trazer ao país. Passados estes anos todos, eles repetem a mesma solução”, criticou.

Aproveitando ainda o facto de hoje se assinalar o Dia Internacional da Mulher – Pedro Nuno Santos está a almoçar numa mesa apenas composta por mulheres, com a exceção de António Costa -, o líder do PS referiu que as mulheres abem que, ao longo da história, foi sempre o partido que liderou os avanços nos seus direitos.

“Aqui não há dissonância, não precisam de perceber se o líder diz alguma coisa diferente de algum candidato nalgum comício. Aqui não: não há um único socialista, um único candidato ou candidata neste partido ou que apoie este partido que queira dar passos atrás”, disse, apelando ao voto das mulheres.

No início do discurso, Pedro Nuno Santos afirmou a campanha comprovou que o povo português está com o PS.

“Há quem cante vitória, mas a verdade é que ainda tivemos a oportunidade de ver, na Rua de Santa Catarina [no Porto], que nós não tínhamos só mais do que eles. Nós tínhamos mais do dobro, do triplo do que eles na rua”, disse.

[Notícia atualizada às 15h08]

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