“A água está a alagar as regiões de Kurgan e Tyumen”, localizadas além dos Urais, no oeste da Sibéria, disse o porta-voz do Kremlin (presidência russa), Dmitri Peskov, na sua conferência de imprensa diária.

“Já foram realizadas grandes obras ali, mas sabemos que a água é insidiosa e por isso existe o perigo de inundações em grandes áreas”, alertou.

O pico da crise “é esperado no meio desta semana, quando as águas deverão atingir os territórios de Kurgan e Tyumen”, acrescentou Peskov.

O nível do rio Tobol, na região de Kurgan, onde foi declarada uma situação de emergência parcial, subiu 42 cm em seis horas esta manhã, atingindo 673 cm, anunciaram as autoridades locais na rede Telegram.

Segundo adiantou o governador, Vadim Shumkov, uma quantidade “colossal” de água dirige-se para a cidade de Kurgan, capital da região, pelo que é preciso retirar os residentes da cidade que vivem em zonas de risco ao longo do rio.

As inundações no rio Ishim, na região vizinha de Tyumen, onde o estado de emergência está em vigor há uma semana, ameaçam exceder todas as previsões, adiantou o governador Alexander Moore.

“Está a ser considerada uma retirada forçada” de mais de 7.300 moradores da região que povoam cerca de 50 localidades, adiantou.

Por outro lado, o nível do rio Ural – que atravessa a Rússia e o Cazaquistão e é considerado a fronteira entre Europa e Ásia – começou a descer na região de Oremburgo, a primeira cidade afetada pelo desastre, tendo diminuído 14 cm em 24 horas.

O ministro russo para Situações de Emergência, Alexander Kurenkov, chegou hoje a Orsk, na região de Oremburgo, pela terceira vez desde a rutura de um dique em 05 de abril que obrigou a milhares de evacuações.

O ministro deverá fazer um balanço da situação nesta cidade de 220 mil habitantes, onde várias centenas de pessoas se manifestaram em 08 de abril para exigir responsabilização das autoridades.

Na semana passada, as inundações causaram prejuízos estimados em cerca de 466 milhões de euros, só em Oremburgo.

As inundações são causadas por chuvas intensas associadas à subida das temperaturas e ao aumento do derretimento da neve e do gelo. Segundo os cientistas, o aquecimento global está a provocar eventos climáticos extremos, como fortes precipitações.

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