Identificam-se como “grupo de pessoas solidárias com a resistência palestiniana” e pertencem ao coletivo “Libertação da Palestina”. E, no final desta semana, atacaram a sede da empresa portuguesa Steconfer, localizada em Santarém, provocando, garantem em comunicado, “milhares de euros em estragos”.
Segundo os ativistas pró-Palestina, além de partirem vidros do edifico e de veículos, pincharam na fachada “Steconfer lucra com o genocídio”.
O grupo exige o fim do contrato da empresa com o Governo israelita, contrato esse assinado em 2021 e que diz respeito à criação da via ferroviária de Jerusalém, com objetivo de expandir a linha existente e construir uma nova linha.
Contactadas pelo Expresso, as autoridades asseguram ter recebido queixa.
O coletivo “Libertação da Palestina” denuncia que a empresa “compromete-se também a construir novos postos de manutenção e ainda a extensão de um outro no colonato ilegal de Giv’at Shapira”, em Jerusalém Oriental.
E conclui: “Este projeto tem como objetivo a ligação entre Jerusalém Ocidental e colonatos ilegais na Cisjordânia e contribui ativamente para a normalização do estado colonial sionista e para a contínua anexação de terras palestinianas”.
Este é já o segundo ataque seguido à sede da Steconfer em poucos meses. Em novembro, o coletivo vandalizou aquelas instalações, que além de tinta vermelha cobriram com “fotografias do genocídio em curso na Faixa de Gaza”.
O mesmo grupo foi responsável, nos últimos meses, por ataques semelhantes ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, Câmara Municipal de Lisboa e uma loja da Zara, no Porto, este último em protesto contra uma campanha publicitária da marca.
Prometendo “continuar a resistir “contra as empresas que lucram com a “ocupação colonial” da Palestina, o coletivo denuncia que “há mais de 930 empresas portuguesas a exportar para Israel” e apela a que se “pare de consentir com o genocídio a decorrer na Palestina”.
O Expresso tentou contactar a empresa Steconfer, mas ainda não obteve qualquer reação. As autoridades encontram-se a investigar mais este caso, a somar aos recentes, em que se encontra envolvido o coletivo “Libertação da Palestina”.
Os ativistas podem incorrer no crime de dano qualificado, que prevê uma pena de prisão até cinco anos. Diz o artigo 213 do Código Penal que incorre neste tipo de crime “quem destruir, no todo ou em parte, danificar, desfigurar ou tornar não utilizável coisa alheia de valor elevado”.