O dia 6 de Maio deveria ficar gravado na memória de todos os jornalistas. Nesse dia, um jornal da Madeira, propriedade de um dos investigados no processo que envolve Miguel Albuquerque, anunciou a chegada de um avião C130 com inspectores da PJ a bordo. De imediato a notícia passou de um facto banal, um avião a aterrar, para a alegada realização de buscas, que apenas ocorreram ontem. A inacreditável consequência prática da notícia do Jornal da Madeira foi a de ver vários orgãos de comunicação social continentais a noticiar por antecipação a realização de buscas. Se é com este rigor que se quer defender o jornalismo e combater as notícias falsas, a manipulação e a propaganda, estamos conversados. Também não deixa de ser muito relevante, noutra frente, o facto incontornável de a justiça necessitar de alocar meios no continente para efectuar investigações na Madeira. Para que os processos efectivamente progridam e não se transformem em elefantes brancos. Com esse ambiente de asfixia democrática ninguém se preocupa. Nenhum manifesto de inquietação cívica suscita às muitas personalidades que por aí andam preocupadas com o estado do Ministério Público e da justiça em geral. Sintomático do estado a que chegámos.

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