A Arménia e o Azerbaijão travaram duas guerras desde o colapso da União Soviética e a Arménia disse em abril que devolveria as aldeias ao Azerbaijão.

Esta decisão ocorreu depois de o Azerbaijão ter empreendido, em setembro, uma campanha militar relâmpago em Nagorno-Karabakh, uma região de maioria étnica arménia dentro do Azerbaijão.

A operação fez com que dezenas de milhares de pessoas migrassem para a Arménia, provocando manifestações enquanto os manifestantes pediam a destituição do primeiro-ministro.

Os manifestantes liderados por um clérigo sénior da igreja da Arménia caminharam uma distância de cerca de 160 quilómetros desde localidades próximas à fronteira com o Azerbaijão até Erevan, onde se reuniram hoje na Praça da República.

Vídeos partilhados nas redes sociais mostraram milhares de pessoas a agitar bandeiras arménias.

Um importante clérigo arménio fez uma oração e disse aos manifestantes que deu a Pashinyan uma hora para renunciar, culpando-o pela perda de território arménio.

Pashinyan visitou Moscovo esta quarta-feira e manteve conversações com o Presidente russo Vladimir Putin, num momento de tensões entre estes dois países.

O porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, referiu hoje, citado pela agência de notícias estatal russa Tass, que os dois líderes concordaram com a remoção das forças russas de algumas regiões arménias.

Os laços da Arménia com a Rússia, um aliado de longa data, tornaram-se cada vez mais tensos depois do Azerbaijão ter levado a cabo a sua campanha militar em setembro para recuperar a região de Karabakh, pondo fim a três décadas de domínio dos separatistas étnicos arménios.

As autoridades arménias acusaram as forças de manutenção da paz russas, enviadas para Nagorno-Karabakh após a vaga anterior de hostilidades em 2020, de não terem conseguido impedir o ataque do Azerbaijão. Moscovo, que tem uma base militar na Arménia, rejeitou as acusações, argumentando que as suas tropas não tinham mandato para intervir.

O Kremlin, por sua vez, ficou irritado com os esforços de Pashinyan para aprofundar os laços com o Ocidente e distanciar o seu país das alianças económicas e de segurança dominadas por Moscovo.

Também hoje, o embaixador da Geórgia em França anunciou a demissão devido a tensões associadas a um projeto de lei sobre “influência estrangeira”, que a oposição e o Ocidente afirma ser inspirado na Rússia para controlar instituições independentes.

Este projeto de lei, iniciativa do partido no poder, o “Sonho Georgiano”, provocou contestação por parte da população, que o considera contrário às aspirações europeias deste país caucasiano.

O embaixador, Gotcha Javakhishvili, explicou no Twitter que apresentou um pedido à autoridade georgiana para encerrar as suas funções antes do prazo.

“As atuais tensões e o clima gerado pelo projeto de lei (…) nas nossas relações com os nossos amigos e parceiros estrangeiros tornam a minha missão (…) extremamente difícil”, sublinhou, numa mensagem em francês.

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