O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, agendou uma reunião da Comissão Política para quinta-feira, 21 de março.

“O Secretário-Geral do PS, Pedro Nuno Santos, agendou uma reunião da Comissão Política para quinta-feira, 21 de março, às 21h00, na sede nacional do PS, no Largo do Rato n.º2”, lê-se em comunicado do partido enviado esta sexta-feira.

“O único ponto da ordem de trabalhos é a análise da situação política”, explica-se ainda.

A reunião em causa realizar-se-á um dia depois de serem divulgados os resultados das eleições legislativas de domingo nos círculos da Europa e Fora da Europa.

Fonte oficial socialista disse que o Secretariado, órgão executivo da comissão, se reúne antes, na próxima segunda-feira, dia 18.

De acordo com os resultados provisórios tornados públicos pelo Ministério da Administração Interna, a AD, que concorreu sob essa ‘bandeira’ no continente e nos Açores, obteve 1.757.879 votos, 28,63% do total, e elegeu 76 deputados.

Somando a estes resultados os três eleitos e 52.992 votos obtidos na Madeira por PSD e CDS-PP, que concorreram juntos na coligação Madeira Primeiro, sem o PPM, dá um total de 1.810.871 votos, 29,49% do total, e 79 mandatos – 77 do PSD e dois do CDS-PP. O PS obteve 1.759.937 votos, 28,66%, e elegeu 77 deputados.

O artigo 187.ª da Constituição da República Portuguesa estabelece que “o primeiro-ministro é nomeado pelo Presidente da República, ouvidos os partidos representados na Assembleia da República e tendo em conta os resultados eleitorais”.

Na noite eleitoral, o presidente do PSD, Luís Montenegro, afirmou ter a “expectativa fundada” de que o Presidente da República o indigite como primeiro-ministro para formar Governo, tendo em conta os resultados das legislativas antecipadas.

O que disse o PS após as eleições?

O PS elegeu no domingo 77 deputados, num total de 230. Na análise por círculo, os socialistas apenas venceram em Lisboa, Coimbra, Castelo Branco e Setúbal.

Na noite eleitoral, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, assumiu a derrota face à coligação de Direita, antecipando que não obstaculizará a formação desse executivo, e disse que liderará a oposição e que vai renovar o seu partido.

Apesar destes resultados, o secretário-geral do PS disse que o seu partido está “forte, unido e coeso”, prometeu renová-lo e manifestou-se seguro de que a estratégia de oposição não será contestada internamente.

Pedro Nuno Santos assumiu que não obstaculizará a formação de um Governo minoritário da AD, já que não tem uma maioria alternativa para apresentar no parlamento e, por isso, não votará a favor de nenhuma moção de rejeição a esse executivo.

Porém, separou o plano da formação do Governo da questão da viabilização de instrumentos de politica fundamentais, como o Orçamento do Estado. Interrogado se viabilizará orçamentos, avisou que resistirá a todas as pressões, que “já começaram”.

“O PS vai liderar a oposição. Não vai deixar a oposição para o Chega e para André Ventura. A direita ou a AD não contem com o PS para governarem, porque não somos nós que os vamos suportar. E não vai haver divisão no PS”, declarou. Mas Pedro Nuno Santos foi ainda mais longe: “O tempo da tática na política connosco acabou e comigo acabou” – uma resposta que aparentou ser uma crítica indireta ao primeiro-ministro cessante, António Costa.

Em relação à subida eleitoral do Chega, Pedro Nuno Santos considerou que a extrema-direita teve um crescimento “muito expressivo que não dá para ignorar”. No entanto, na sua opinião, “não há 18,1% de portugueses votantes racistas e xenófobos”.

[Notícia atualizada às 13h08]

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