Dados do Banco de Portugal revelam esta quinta-feira que os portugueses continuam a preferir meios de pagamento eletrónicos.

Em 2023 foram feitos 4,2 mil milhões de pagamentos num valor de 740,2 mil milhões de euros. O que corresponde a aumentos em quantidade de operações, mais 13,3% e em valor a fasquia subiu de 2022 para 2023 12,9%.

Por dia foram feitos 11,6 mil milhões de operações de pagamentos que corresponderam a 2 mil milhões de euros em valor.

O Banco de Portugal sublinha que “99,8% dos pagamentos foram feitos através de meios eletrónicos e dá valores: “As transferências imediatas aumentaram 33% em quantidade e 38% em valor relativamente a 2022, apesar de continuarem a ter um peso diminuto no total de operações”. O Banco de Portugal sublinha que este foi o meio de pagamento que mais cresceu, mas ainda tem um peso reduzido face à media da zona euro, porque cerca de 50% das instituições ainda não disponibilizam esta faculdade aos clientes, o que deverá acontecer no início de 2025, a 9 de janeiro, para os bancos já aceitem transferências a crédito.

No que diz respeito ao nível de fraudes na utilização de instrumentos de pagamento eletrónicos “manteve-se muito reduzido no 1.º semestre de 2023”. sinaliza o supervisor da banca. “Entre o 1.º semestre de 2021 e o 1.º semestre de 2023 registou-se um decréscimo na taxa de fraude dos cartões de pagamento e um aumento na taxa de fraude das transferências”. O que está associado às mensagens muito usadas de filhos a pedirem dinheiros aos pais, entre outras, e que levam depois os portugueses a fazerem transferências, assumindo muitas vezes o ónus das mesmas, perdendo o dinheiro.

“77% das fraudes com cartão resulta da emissão pelo infrator de uma ordem de pagamento, dizem respeito normalmente a roubo de dados dos cartões”, dá nota o Banco de Portugal

Já “60% das fraudes com transferências decorre do uso
de técnicas de manipulação comportamental do ordenante pelo infrator”, ou seja é o dono da conta que se deixa manipular e entrega ao “bandido” o dinheiro. Nestas, os bancos são se responsabilizam.

Cartões são a estrela da companhia

A estrela da companhia, os cartões, voltaram a ser “o meio de pagamento mais utilizado no dia a dia, e o contactless representou mais de metade (53%) das compras com cartão”.

Face ao total de operações de pagamentos, os cartões representam 88,9% do número e 27,2% do valor das operações processadas no sistema, com aumentos de 14,5% e 12,7%, respetivamente”, sublinha o supervisor dos bancos.

E adianta que “o recurso ao contactless nos pagamentos com cartão continuou a crescer, 31,1% em número e 32,7% em valor”. O que torna este meio de pagamento o preferido e com um crescimento assinalável, já que antes da pandemia que começou em março de 2020, o seu peso era apenas de 8%.

A mesma evolução passou-se com as compras online com cartão em Portugal que, de 2022 para 2023 “aumentaram 35,3% em número e 33,7% em valor para, respetivamente. Passaram a ter um peso de 16% no total das compras com cartão, também representavam 8% antes da pandemia.

Já as compras online com cartões no estrangeiro (como por exemplo, Países Baixos e Irlanda pesam 61% no total, e neste segmento incluem-se os pagamentos da Netflix e ou mesmo da Uber.

Em 2023, as transferências com cartão, onde se inclui o MBWay pesaram 7,1% no total tendo crescido 32,6% em quantidade e 16,2% em valor transferido, entre outras operações como levantamentos e pagamentos com cartão que representam 10,5% e 6,3% do total. Quer num quer noutro caso registaram aumentos de 15,5% e 23,1%, respetivamente no que diz respeito ao montante pago.

Pagamentos por débito direto crescem 7,3%, cheques caem mais

Também nos pagamentos por débito direto, por exemplo a conta da luz, gás, entre outros, registaram em 2023 um aumento: 7.3%. Dados do Banco de Portugal revelam que “cada transação teve um valor médio de 165,8 euros”.

O Banco de Portugal refere que “mais de 75% das rejeições continuou a decorrer da insuficiência de provisão em conta”, mas também chamou a atenção de que no ano passado “recebeu seis reclamações por alegadas discriminações de IBAN (identificação da conta)”. Referindo que estas foram praticadas sobretudo por entidades a quem seria pago o débito. Mais em causa está o facto de estas entidades não estarem a aceitar IBAN de outros Estados-membros.

Já os pagamentos com cheque estão cada vez a reduzir-se mais. Em 2023 caíram 22,3% em quantidade e 5,6% em montante. “As famílias portuguesas emitiram, mensalmente, em média, 31 cheques por 1000 habitantes”, sublinha o Banco de Portugal. Os dados referem-se apenas

Refere ainda que “Bragança, a região com maior índice de
envelhecimento e menor cobertura da rede de acesso ao numerário, tem uma maior utilização deste meio de pagamento”. Foram 91 chegues por 1000 habitantes no valor de 2445 euros.

Já em Lisboa, a utilização do cheque é de 17 cheques por 1000 habitantes, sendo o valor maior: 8 622 euros.

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