Após o anúncio da morte do pintor e ceramista português Manuel Cargaleiro, este domingo, aos 97 anos, várias foram as reações de várias personalidades políticas, que destacaram a “intensa atividade artística”, “obra” e o prestígio dado a Portugal.

O primeiro foi o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que homenageou Cargaleiro através de uma nota publicada no site oficial da Presidência da República, dando conta que “hoje nos deixou”, contudo, “nunca deixou que o cosmopolitismo significasse desenraizamento”.

“Prova disso é a memória das imagens e das cores da Beira Baixa na sua obra, nomeadamente a lembrança das mantas de retalhos; prova disso igualmente a empenhada presença do artista na região onde nasceu, através da Fundação e do Museu Cargaleiro”, lê-se na nota oficial, relembrando o “último encontro” entre os dois, “semanas atrás, na casa deste em Lisboa, em que continuava a sonhar projetos para o futuro e a acreditar na vida, sempre prestigiando Portugal“.

Marcelo Rebelo de Sousa expressou o seu “pesar” pela morte do ceramista.

Notícias ao Minuto com Lusa | 11:28 – 30/06/2024

O primeiro-ministro Luís Montenegro manifestou o seu “profundo pesar” pela morte Manuel Cargaleiro, que classificou de “artista multifacetado, conhecido do grande público sobretudo pela sua obra como pintor e ceramista”.

Além disso, numa nota enviada às redações, foi anunciado que o Governo vai decretar um dia de luto nacional para “o dia das cerimónias” fúnebres do artista plástico.

Governo decreta luto nacional para dia do funeral de Cargaleiro

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou que o Governo vai decretar um dia de luto nacional para o dia das cerimónias fúnebres do artista plástico Manuel Cargaleiro, que morreu hoje com 97 anos.

Lusa | 14:34 – 30/06/2024

A ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, assinalou a “intensa atividade artística” que “se traduz num legado essencial para a arte portuguesa”.

“Manuel Cargaleiro deixa um legado ímpar, cruzando referências e gerações”, diz a nota de pesar de Dalila Rodrigues, assinalando que Cargaleiro, nascido em 1927, em Chão das Servas, Vila Velha de Ródão (distrito de Castelo Branco), criou a fundação com o seu nome em Castelo Branco, cujo Museu mostra a sua obra, incluindo a extensa coleção de cerâmica.

A ministra da Cultura expressou hoje “profundo pesar” pela morte do pintor e ceramista Manuel Cargaleiro, de 97 anos, cuja “intensa atividade artística se traduz num legado essencial para a arte portuguesa”.

Lusa | 13:46 – 30/06/2024

Também o presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, recebeu a notícia da morte do mestre Cargaleiro “com enorme pesar e consternação” e sublinhou que o município vai decretar três dias de luto municipal.

“O dia de hoje é um dia de pesar, de tristeza e é também um dia que serve para refletir sobre o sentido da vida”, afirmou o autarca à agência Lusa, considerando ainda que o ceramista foi uma figura maior da cultura nacional e albicastrense.

O presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco lamentou hoje a morte do pintor e ceramista Manuel Cargaleiro, aos 97 anos, considerando que foi uma figura maior da cultura nacional e albicastrense.

Lusa | 13:49 – 30/06/2024

A Câmara Municipal de Lisboa também prestou uma “sentida homenagem” ao artista nas suas redes sociais.

“Pintor e ceramista, reconhecido em todo o mundo, deixou a sua assinatura em igrejas, jardins, estações de metro e em muitas peças. Recebeu a Medalha de Honra da cidade em 2022”, pode ler-se numa publicação na rede social X.

A Câmara Municipal do Seixal também manifestou “profundo pesar” pela morte de Cargaleiro e enfatizou as suas “fortes ligações ao Seixal”.

“O mestre Manuel Cargaleiro é autor de uma obra que tem percorrido o mundo e um dos mais conceituados e internacionais artistas plásticos portugueses. Com a Oficina de Artes Manuel Cargaleiro, o mestre regressou ao Seixal e, em particular, à Quinta da Fidalga, local de onde guarda memórias e vivências da sua infância e juventude, quando residiu na margem sul em virtude de o pai ter sido administrador da Cooperativa Agrícola de Almada e Seixal e o primeiro Provedor da Santa Casa de Misericórdia do Seixal”, destacou o município num comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso.

A empresa Viúva Lamego, para a qual o pintor e ceramista Manuel Cargaleiro colaborava desde 1949, expressou enorme pesar pela partida do seu “operário mais antigo”.

“Hoje partiu um dos nossos. Fica a enorme saudade amaciada pela nossa memória coletiva do sorriso que a todos conquistava, a simpatia e amizade, sempre acompanhadas pelo cuidado, o rigor e a excelência“, lembra a empresa, em comunicado, indicando tratar-se de “um legado” de que muito se orgulha.

A empresa Viúva Lamego, para a qual o pintor e ceramista Manuel Cargaleiro colaborava desde 1949, expressou hoje enorme pesar pela partida do seu “Operário mais antigo”, lê-se em nota enviada à agência Lusa.

Lusa | 15:26 – 30/06/2024

O ex-presidente da República, Cavaco Silva, disse ter-se despedido de “um grande amigo”.

Manuel Cargaleiro deixou-nos só fisicamente, porque artistas como ele nunca morrem. Vidas longas ou curtas, as que importam são as que deixam marcas. Nós, para lá do grande e único artista, despedimo-nos também de um grande amigo, que esteve muito presente em vários momentos importantes da nossa vida”, afirmou Cavaco Silva numa nota também assinada pela sua mulher Maria Cavaco Silva.

O ex-Presidente da República Aníbal Cavaco Silva disse hoje ter-se despedido de “um grande amigo”, apontando que artistas como o pintor e ceramista Manuel Cargaleiro nunca morrem e que permanecem presentes nas marcas que deixam.

Lusa | 17:03 – 30/06/2024

O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, assinalou que o artista “não foi apenas um grande ceramista e pintor, mas um inovador, com merecido reconhecimento internacional”, manifestando o seu “profundo pesar e homenagem” e transmitindo “as mais sentidas condolências” à sua família e amigos.

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, lamentou hoje a morte do pintor e ceramista Manuel Cargaleiro, considerando que o artista “não foi apenas um grande ceramista e pintor, mas um inovador, com merecido reconhecimento internacional”.

Lusa | 17:08 – 30/06/2024

O ex-líder parlamentar do Partido Socialista (PS), Eurico Brilhante Dias, destacou que Cargaleiro é “uma referência como ceramista” e “um vulto único das artes portuguesas”.

“Tem o seu museu em Castelo Branco, onde o conheci. Um vulto único das artes portuguesas, que passou pela Escola António Arroio, antes de partir para Paris.

A deputada do Bloco de Esquerda (BE), Joana Mortágua, deixou uma breve mensagem na rede social X (antigo Twitter).

“RIP mestre Cargaleiro”, pode ler-se.

Por fim, a viúva de Cargaleiro, Isabel Brito da Mana, declarou que o marido “morreu tranquilo, rodeado pelos seus, adormeceu”, numa breve declaração à Lusa.

O pintor e ceramista Manuel Cargaleiro morreu hoje, em Lisboa, aos 97 anos, disse à agência Lusa a sua mulher, Isabel Brito da Mana.

Lusa | 12:32 – 30/06/2024

Quem foi o Mestre Manuel Cargaleiro?

O artista plástico nasceu em 16 de março de 1927 em Chão das Servas, no concelho de Vila Velha de Ródão, no distrito de Castelo Branco.

A sua obra foi fortemente inspirada no azulejo tradicional português. Em 1949, ingressou na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e participou na Primeira Exposição Anual de Cerâmica, no Palácio Foz, em Lisboa, onde realizou a sua primeira exposição individual de cerâmica, no ano de 1952.

No início de carreira, ainda na década de 1950, recebeu o Prémio Nacional de Cerâmica Sebastião de Almeida, e o diploma de honra da Academia Internacional de Cerâmica, no Festival Internacional de Cerâmica de Cannes, em França, numa altura em que iniciara funções de professor de Cerâmica na Escola de Artes Decorativas António Arroio e apresentara as suas primeiras pinturas a óleo no Primeiro Salão de Arte Abstrata.

Nas décadas de 1960 e 1970, participou em exposições individuais e coletivas e durante este período afirmou-se não apenas como conceituado ceramista, mas também como desenhador e pintor. Nos anos 1980 começou a explorar a tapeçaria.

A partir da década de 1990, predominariam na sua obra os padrões aglomerados e cromaticamente intensos onde continuaria a ser evocado o azulejo português.

Em Castelo Branco, viria a ser inaugurada a Fundação Manuel Cargaleiro, em 1990, depois expandida com o respetivo museu e mais tarde, no Seixal, distrito de Setúbal, a Oficina de Artes Manuel Cargaleiro.

No último ano teve patente as exposições “Eu Sou… Cargaleiro”, no Mosteiro de Ancede – Centro Cultural de Baião, no distrito do Porto, uma mostra de pintura na Casa Museu Teixeira Lopes – Galerias Diogo de Macedo, em Vila Nova de Gaia, intitulada “Cargaleiro, Pintar a Luz Viver a Cor”, e uma exposição de gravura no Fórum Cultural de Ermesinde, em Valongo, de nome “A essência da cor”. Este ano levou obras nunca expostas à sua oficina, no Seixal.

O ceramista recebeu, em Paris, em 2019, a medalha de Mérito Cultural do Governo português e a Medalha Grand Vermeil, a mais alta condecoração da capital francesa, onde viveu grande parte da sua vida.

Na altura, foi também inaugurada a ampliação da estação de metro de Champs Elysées-Clémenceau, com novas obras de Manuel Cargaleiro, depois de originalmente concebida e totalmente decorada pelo artista português, em 1995, incluindo o painel em azulejo “Paris-Lisbonne”.

Em 2017, no exato dia do seu 90.º aniversário, foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique.

[Notícia atualizada às 17h14]

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