O PS a vencer por uma margem de cinco pontos a Aliança Democrática (AD), o Chega com uma subida meteórica, o Bloco de Esquerda também em crescendo, e uma maioria à direita no Parlamento. A julgar pela sondagem da Aximage para o DN, JN e TSF, publicada este domingo, se as eleições fossem hoje, o cenário de equilíbrios seria tudo menos simples.
Comparado com o estudo de dezembro da empresa de sondagens, o PS cai mais de um ponto percentual, mas mantém-se na frente e, por isso, favorito a vencer as eleições – 32,7% das intenções de voto, sendo que mais de metade dos eleitores acredita que serão mesmo os socialistas a ficar em primeiro. Do lado da concorrência, há uma subida, o que pode significar que a formação da AD correu bem a Luís Montenegro e ao PSD. Problema: mesmo com essa subida, a aliança fica por 27,4% das intenções de voto, quase cinco pontos abaixo do PS.
A questão, que levanta todas as dúvidas para março, é que à direita da AD aparece fulgurante o Chega, que vai mantendo em todas as sondagens um número bem acima do que alcançou em 2022. Nesta da Aximage, o partido aparece com 16,2%, o que garantiria uma bancada de mais do dobro do tamanho (o Chega tem hoje 12 deputados). Mais do que isso, colocaria André Ventura como pivô decisivo para viabilizar ou bloquear uma solução de governo.
À esquerda, o destaque é para o Bloco que, apesar de uma subida mais tímida do que a do Chega, alcança nesta sondagem 8% das intenções de voto. Mariana Mortágua, a nova coordenadora, também quase dobraria os resultados de há dois anos, onde o Bloco de Esquerda teve uma enorme queda face aos anos de geringonça.
A propósito de geringonça, a sondagem da Aximage não traz boas notícias. Juntos, os partidos à esquerda, e aqui incluem-se além de PS, BE e PCP, o Livre, não conseguiriam ficar à frente do bloco da direita. E mesmo que o PAN juntasse, o resultado seria um empate.
Em relação aos partidos mais pequenos, a palavra-chave parece ser estagnação: a Iniciativa Liberal mantém-se na ordem dos 4% (4,2%), o PAN tem 2,9% (o que é quase igual a dezembro, mas seria uma subida face às últimas legislativas), a CDU tem 2,6% – em linha com o que as sondagens lhe apontam – e o Livre surgiria no fim, com 1,9%.
O estudo foi feito entre 16 e 20 de janeiro, o que significa que não inclui potenciais efeitos do caso judicial que abala a Madeira, nem a Convenção da AD, no último domingo e a amostra é de 801 entrevistas (671 online e 130 entrevistas telefónicas) e a margem de erro de 3,5%.