“É aqui que quero deixar claro que os extremos se tocam mesmo até nas questões de soberania: agora é o Chega a pedir às forças e serviços de segurança que se possam manifestar, que possam cercar o parlamento e ocupar as galerias do parlamento , num debate que é serio para as forças de segurança”, criticou Hugo Soares, na abertura das jornadas parlamentares do PSD, que se realizam entre hoje e terça-feira em Sintra.

O social-democrata considerou que o PSD tem mesmo razão quando diz que “a extrema-esquerda é igual à extrema-direita” e deixou uma farpa ao PS.

“Nós nunca saltámos o muro, nem para um lado nem para o outro. O PS saltou em 2015 para o lado dos extremistas que apoiam a Rússia”, afirmou.

No domingo, o presidente do Chega, André Ventura, apelou a todos os polícias e forças de segurança para que “se mobilizem e compareçam no parlamento” na quinta-feira, data em que o seu partido levará a plenário vários projetos-lei, incluindo um que aplica o regime de atribuição do suplemento de missão de que já usufrui a Polícia Judiciária à Guarda Nacional Republicana, à Polícia de Segurança Pública e ao Corpo da Guarda Prisional.

“Não há ninguém no PSD que não entenda que não foi uma injustiça e uma iniquidade gritante que o Governo do PS tenha aumentado o subsídio de risco da Polícia Judiciária e não olhado para as forças e serviços de segurança”, disse, acrescentando que “ainda hoje não foram explicados” os motivos desta opção.

No entanto, o líder parlamentar do PSD admitiu que os elementos das forças e serviços de segurança são muito mais do que os da Polícia Judiciária e, se o subsídio atribuído fosse o mesmo, o valor seria “astronomicamente diferente”.

“Comprometemo-nos em campanha a poder negociar um entendimento: é hoje público que o Governo propôs um aumento de 300 mês para cada um dos elementos de forças de segurança, ainda que de forma faseada”, disse, frisando que “é muito dinheiro ao final do mês”.

Hugo Soares defendeu que, se outros setores de atividade que tivessem uma proposta semelhante de aumento salarial, “não hesitariam” e deixou uma pergunta.

“O Governo foi até onde podia ir, mas o partido de extrema-direita entende que é pouco e algumas associações que representam as forças de segurança também. Não sei se os elementos da PSP e GNR se reveem nas atitudes de associações e sindicatos…”, afirmou.

Quanto aos diplomas do Chega em debate na quinta-feira, Hugo Soares defendeu que cada partido deverá “assumir a sua responsabilidade” no momento de votar.

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