Em França, o partido do presidente Emmanuel Macron já não consegue ganhar a segunda volta das eleições legislativas, mas quer evitar uma maioria absoluta da extrema-direita. Numa ação de campanha em Paris, o primeiro-ministro francês respondeu à SIC que a visão do partido da União Nacional é de fechar França sobre ela mesmo.

A extrema-direita venceu a primeira volta das eleições legislativas em França. O resultado era mais do que esperado, mas Emmanuel Macron quer evitar que agora consiga alcançar a maioria absoluta. O primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, aproveitou o início da semana para tirar selfies com eleitores nas ruas de Paris – mas o que precisa mesmo são votos.  

Questionado sobre qual será a voz de França na Europa, o primeiro-ministro francês respondeu à SIC que o principal é evitar a ascensão da União Nacional. 

“Acreditamos profundamente que a Europa será mais forte numa Europa forte. Efetivamente isso distingue-nos da União Nacional, que tem uma visão completamente diferente que defende o fecho sobre si mesmo.”

“Eu dizia-vos há pouco: é necessário evitar que a União Nacional tenha uma maioria absoluta porque eu digo-vos com a maior das convicções: seria terrível para o país e para os franceses”, acrescentou.

Por isso, os liberais de Gabriel Attal e a coligação liderada pelo partido de esquerda radical abdicaram de mais de 200 dos seus candidatos, que ficaram em terceiro lugar na primeira volta, para concentrar votos numa única candidatura.

“Quer dizer que em alguns círculos eleitorais é necessário votar, não a favor de um candidato, mas contra a União Nacional” defendeu Gabriel Attal.

Já a extrema-direita direita mostra-se “surpreendida” com as decisões de Emmanuel Macron.

“Confirmo que estou surpreendido ver um Presidente da República vir em socorro de um movimento de extrema-esquerda violenta que apela à insurreição e alimenta um antissemitismo desde o 7 de outubro”, referiu Jordan Bardella da União Nacional.

Estas podem ser as eleições que levam a extrema-direita ao poder ou a um bloqueio institucional inédito por falta de maioria na Assembleia.

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