A Polícia Judiciária (PJ) vai incinerar, esta quarta-feira, cerca de sete toneladas de vários tipos de drogas ilícitas para assinalar o Dia Internacional Contra Abuso e Tráfico Ilícito de Drogas.

A droga em questão foi apreendida, nos últimos meses, “pelos órgãos de polícia criminal e serviços aduaneiros e de segurança com competências em matéria de fiscalização, prevenção e investigação criminal nesta matéria”, lê-se em comunicado da PJ.

Na mesma nota informativa, a PJ explica que “de acordo com a legislação em vigor, a droga apreendida é destruída logo após a realização, pelo Laboratório de Polícia Científica, dos competentes exames periciais ordenados pelas autoridades judiciárias”.

Fica armazenada, apenas, “uma amostra depositada em cofre, até que seja proferida decisão definitiva no âmbito do processo à ordem do qual se realizou a apreensão”.

“A destruição faz-se por incineração sob a supervisão de uma comissão constituída por um magistrado do Ministério Público, um funcionário da carreira de investigação criminal da Polícia Judiciária e de um perito do Laboratório de Polícia Científica”, refere a PJ.

Em 2023, foram apreendidas cerca de 22 toneladas de cocaína, 38 toneladas de haxixe e quantidades menores de outros tipos de drogas.

“A Assembleia Geral da ONU através da Resolução 42/112, de 7 de dezembro de 1987, instituiu que, todos os anos, a 26 de junho, se assinalasse este dia, demonstrando-se, assim, a determinação e o reforço na ação e cooperação, tendo em vista alcançar uma sociedade internacional livre do abuso e tráfico de drogas”, conclui a PJ.

De acordo com o Relatório Mundial sobre Drogas 2024, lançado hoje pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), a produção de cocaína no mundo bateu o recorde de 2.757 toneladas em 2022, mais 20% do que em 2021.

O documento, divulgado em Viena, adianta que o cultivo global de arbustos de coca aumentou 12% entre 2021 e 2022, para 355.000 hectares.

Segundo o relatório, os novos opiáceos sintéticos e uma oferta e procura recorde de outras drogas agravou os impactos deste problema mundial, levando a um aumento dos distúrbios relacionados com o consumo e com danos ambientais.

De acordo com os dados divulgados, o número de consumidores aumentou para 292 milhões em 2022, um crescimento de 20% em 10 anos, continuando a canábis a ser a droga mais consumida em todo o mundo (228 milhões de consumidores), seguida dos opiáceos (60 milhões), das anfetaminas (30 milhões), da cocaína (23 milhões) e do ecstasy (20 milhões).

Os nitazenos, um grupo de opiáceos sintéticos que podem ser ainda mais potentes do que o fentanil, surgiram recentemente em vários países de rendimento elevado, resultando num aumento de mortes por overdose.

Embora cerca de 64 milhões de pessoas em todo o mundo sofram de transtornos relacionados com o uso de drogas, apenas uma em cada 11 está em tratamento.

[Notícia atualizada às 08h39]

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