O líder socialista condenou também aquilo que considera ser o “aproveitamento” feito por André Ventura, ao convocar um protesto das forças de segurança no Parlamento.
O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, acusa Luís Montenegro de ter fracassado na capacidade de chegar a acordo com as forças de segurança, uma promessa que tinha sido feita durante a campanha eleitoral.
“Preocupa-me que não haja acordo”, declarou o líder socialista, esta terça-feira, em declarações aos jornalistas.
Pedro Nuno Santos recorda que “esta tinha sido mesmo uma das grandes promessas do atual primeiro-ministro em campanha – que, em pouco tempo, resolveria a situação com as forças de segurança”.
“Aquilo a que estamos a assistir é ao fracasso desse anúncio”, sublinhou.
Em causa estão as declarações feitas pelo primeiro-ministro, esta terça-feira, nas quais Luís Montenegro garantiu que o Governo “não vai colocar nem mais um cêntimo” na proposta de remuneração feita às forças de segurança. Montenegro alegou que já foi feito um esforço “medonho” e que o Executivo não pode deixar “de se preocupar com toda a sociedade”.
Pedro Nuno Santos apontou também ainda o dedo ao Chega, falando em “condenação total” e “sem hesitação” daquilo que considera ser o “aproveitamento” feito pelo partido de André Ventura.
Ventura pediu uma concentração no Parlamento, na próxima quinta-feira, enquanto são discutidas em plenário propostas do partido para as forças de segurança, tais como o suplemento de missão à PSP e à GNR ou a criminalização do incitamento ao ódio contra órgãos de polícia criminal e judiciais.
O líder do Chega apelou aos profissionais das forças se segurança que ocupem “as galerias e fora do Parlamento”, numa demonstração de “força”.
Para Pedro Nuno Santos, a forma como André Ventura pediu um protesto das forças de segurança “foi irresponsável”.
“Isto não é forma de resolver o problema a ninguém”, declarou. “Não sossega nenhum cidadão em Portugal, mesmo aqueles que votaram no Chega.”