Sabemos que os humanos dão nome aos filhos. Os cães, por exemplo, também reconhecem o nome dado pelos donos. Mas na natureza é mais raro isso acontecer. Sabe-se agora que os elefantes dão nomes aos elementos dos seu grupo.
Os elefantes-africanos têm uma forma quase única de se chamar uns aos outros: vocalizações que são uma espécie de nome individual. São poucos os animais selvagens que o fazem e quanto mais complexa a estrutura social e o grupo familiar destes elefantes, maior é a probabilidade de darem nomes uns aos outros.
A conclusão é de uma nova investigação publicada na segunda-feira na revista científica Nature Ecology & Evolution.
Sabemos que os humanos dão nome aos filhos. Os cães, por exemplo, também reconhecem o nome dado pelos donos. Mas na natureza é mais raro isso acontecer.
Os golfinhos têm uma forma específica de comunicar entre si, através de um assobio único para cada elemento do grupo. No caso dos elefantes-africanos, os nomes que dão uns aos outros fazem parte de um ruído baixo que emitem e que pode ser ouvido a longas distâncias na savana.
Foi através de uma série de vocalizações destes animais que os cientistas detetaram o uso de nomes únicos. As equipas no terreno seguiram elementos específicos do grupo de forma a perceber que som era feito e que elefante respondia ao apelo.
Numa análise aos dados de áudio, um programa informático foi capaz de prever que elefante estava a ser chamado 28% das vezes.
“Tal como os humanos, os elefantes usam nomes, mas provavelmente não os usam na maioria das vezes, pelo que não esperaria um resultado de 100%”, explicou o biologista Mickey Pardo, autor deste estudo.
Para além deste teste, os investigadores decidiram ainda reproduzir áudios que sabiam conter o nomes de certos elefantes, de forma a observar as reações do grupo. Enquanto uns reagiram de forma mais energética, outros ignoraram completamente as vocalizações.
“Os elefantes são animais extremamente sociais, sempre a falar e a tocarem-se uns aos outros. (…) Acabámos de abrir um pouco a porta à mente dos elefante”, congratulou-se o ecologista George Wittemyer, coautor do estudo.