Não foi um debate (acalorado, como na passada semana) mas, antes, uma sucessão de entrevistas, individuais, em direto na France 2, aos candidatos das forças que vão disputar a segunda volta das legislativas francesas no próximo domingo.

O jovem rosto da extrema-direita, e grande triunfador do primeiro embate, Jordan Bardella, do Reagrupamento Nacional (RN), atacou logo de início o acordo entre os demais partidos (à esquerda e centro), que retiraram os candidatos dos círculos eleitorais onde ficaram em terceiro, numa espécie de “barragem republicana” que impeça, no domingo, uma vitória do RN. Bardella considerou-a “uma aliança que desonra” a política francesa, admitiu que é até “uma interferência de Emmanuel Macron” — e é verdade que o o Presidente francês fez um apelo a uma “aliança ampla, claramente democrática e republicana” —, mas que não impedirá os eleitores que ele representa “de terem acesso ao poder”. 


Logo depois viu-se, e ainda de início, no momento mais delicado de toda a entrevista, quando foi confrontando com um sem-número de declarações racistas ou antisemitas (incluindo declarações negando o Holocausto) proferidas por candidatos da RN às legislativas. Jordan Bardella, não podendo negar, garantiu que a sua mão “não vai tremer” e defenderá os valores republicanos de liberdade, igualdade e fraternidade, “colocando-os [aos candidatos] para fora” do partido e da política.

No entanto, e tendo-lhe sido apontados 80 candidatos “problemáticos”, Bardella, agora sim, negou, assumindo que “são apenas quatro ou cinco erros de casting”, não podendo resumir-se naqueles “os perfis de altíssima qualidade dos nossos candidatos”.

Ao contrário do que se admitia na passada semana, o Reagrupamento Nacional poderá ainda vencer, sim, mas dificilmente triunfará com uma maioria, razão pela qual Jordan Bardella foi questionado sobre “como irá governar então?” O candidato preferiu dramatizar. “Se eu for o primeiro-ministro, serei primeiro-ministro de todos os franceses. Mas ao fim de uma semana o meu Governo cai com a votação de alguma moção de censura”, admitiu.

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