O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou esta terça-feira que não quer “sucumbir ao canto da sereia do derrotismo”, insistindo que a guerra na Faixa de Gaza terminará quando todos os seus objetivos tiverem sido alcançados.

Israel prometeu “aniquilar” o Hamas, que detém o poder em Gaza desde 2007, após o ataque do grupo islamita palestiniano sem precedentes em solo israelita, a 7 de outubro de 2023, que causou a morte de cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis.

Israel quer também libertar os reféns então feitos pelo Hamas: das 251 pessoas sequestradas durante o ataque, 116 continuam reféns em Gaza, 42 das quais mortas, segundo o exército israelita.

Reagindo a declarações anónimas que, segundo disse, foram reproduzidas no jornal norte-americano The New York Times, indicando que Israel estava pronto para terminar a guerra sem ter atingido os seus objetivos, Netanyahu disse que tal “não vai acontecer”.

Também esta terça-feira, o chefe do Estado-Maior israelita disse que as tropas israelitas mataram pelo menos 900 milicianos palestinianos em Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza, onde prosseguem uma ofensiva há mais de um mês.

“Mais de 900 terroristas mortos, incluindo comandantes, pelo menos um comandante de batalhão, muitos comandantes de companhia e muitos operacionais”, disse o tenente-general Herzi Halevi às tropas israelitas durante uma visita a uma base logística avançada na Faixa de Gaza.

O chefe do Estado-Maior também advertiu que esta operação “será longa” porque o seu objetivo é acabar com toda a infraestrutura do grupo islamita Hamas presente na cidade que faz fronteira com o Egito. “Leva tempo, é por isso que esta é uma longa campanha, porque queremos deixar Rafah sem infraestruturas”, disse.

Do exterior, o presidente francês, Emmanuel Macron, pediu ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, para que não lance uma “nova operação” militar perto de Khan Younès e Rafah, na Faixa de Gaza, informou o gabinete presidencial.

Macron “manifestou a sua oposição a qualquer nova operação israelita perto de Khan Younès e de Rafah, que apenas aumentará o custo humano numa situação humanitária já catastrófica”, disse o Palácio do Eliseu.

O presidente francês reiterou ao primeiro-ministro israelita “a extrema urgência de estabelecer um cessar-fogo imediato e permanente na Faixa de Gaza” e apelou para que o plano apresentado pelo presidente dos EUA, Joe Biden, seja implementado “sem mais demora”.

Também a ONU advertiu hoje que evacuações em “escala tão maciça” como a que o exército israelita ordenou na segunda-feira em Khan Yunis, sul da Faixa de Gaza, apenas aumentam “o sofrimento dos civis e as necessidades humanitárias”.

“As pessoas são confrontadas com a escolha impossível de terem de se deslocar, muitas delas pela segunda ou terceira vez, para zonas que quase não têm espaço nem serviços, ou de permanecerem em zonas onde sabem que haverá combates pesados”, lamentou Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, numa conferência de imprensa.

As Nações Unidas estimam que até 250 mil pessoas sejam afetadas pela ordem dada pelas forças israelitas aos civis para saírem de Al-Qarara, Bani Souhaila e outras cidades perto de Khan Yunis.

OUTRAS NOTÍCIAS EM DESTAQUE:

⇒ O número dois do movimento xiita libanês Hezbollah disse esta terça-feira que o único caminho seguro para um cessar-fogo na fronteira israelo-libanesa consiste no fim total das hostilidades na Faixa de Gaza. “Caso exista um cessar-fogo em Gaza, vamos parar sem qualquer discussão”, assegurou o clérigo e segundo comandante em chefe do Hezbollah, Naim Kassem, em entrevista à agência noticiosa norte-americana Associated Press.

⇒ O Exército israelita bombardeou durante a última noite a zona oriental de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, matando pelo menos oito pessoas e ferindo 30, de acordo com o Crescente Vermelho Palestiniano. Os ataques ocorreram poucas horas depois de o Exército de Israel ter emitido alertas para a evacuação dos bairros orientais de Khan Yunis onde milhares de pessoas se refugiaram após a entrada dos soldados de Israel em Rafha, no sul da Faixa de Gaza.

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