O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita avisou o Irão, que atacará o Hezbollah “com toda a força” se a milícia xiita continuar no sul do Líbano e que será “destruída” se persistir nas ameaças.

Israel Katz respondeu nestes termos a uma declaração da missão do Irão nas Nações Unidas (ONU) segundo a qual, caso Israel lançasse uma “agressão militar abrangente” contra o Líbano, “todas as opções, incluindo o envolvimento total do eixo da resistência, estariam sobre a mesa”.

O governante enviou uma resposta “clara” a Teerão através da rede social X (antigo Twitter): “se o Hezbollah não cessar-fogo e não se retirar do sul do Líbano, atuaremos contra ele com toda a força até que a segurança seja restabelecida e os habitantes possam regressar às suas casas“, escreveu. Na mensagem, advertiu ainda Teerão de que “um regime que ameaça destruir merece ser destruído”, num cruzamento de declarações que ocorre num momento particularmente alarmante na fronteira entre Israel e Líbano

Entretanto, a embaixada da Arábia Saudita no Líbano instou os seus cidadãos a abandonarem o país imediatamente face ao risco de uma “guerra total” entre o movimento xiita Hezbollah e o exército de Israel. Segundo a agência de notícias estatal saudita SPA, no sábado a embaixada apelou ainda a todos os nacionais da Arábia Saudita para se absterem de viajar para o Líbano devido aos confrontos na fronteira sul com Israel.

Vários países desaconselham viagens ao Líbano

Riade garantiu que está a acompanhar de perto a evolução dos acontecimentos no Líbano e instou os cidadãos no país a permanecerem em contacto com a embaixada saudita em Beirute em caso de qualquer situação de emergência. O anúncio surge depois de, nos últimos dias, vários países – incluindo os Estados Unidos – terem aconselhado os seus cidadãos a não viajarem para o Líbano por receio de uma escalada militar.

Horas antes, o Irão prometeu retaliar contra Israel, caso o país avance com uma ofensiva de “grande escala” contra o Hezbollah no Líbano.

O alerta surge numa altura em que decorrem ataques terrestres em simultâneo em Rafah e Shujayea. Pelo menos seis civis morreram este domingo, incluindo crianças, vítimas de um ataque a uma casa em Rafah, segundo a “Al Jazeera”

Desde o início da ofensiva israelita na Faixa de Gaza, na sequência dos ataques do Hamas, em 7 de outubro, o Hezbollah – apoiado pelo Irão e tem uma influência significativa no Líbano – e o exército judaico têm estado envolvidos numa série de confrontos cada vez mais violentos.

Em consequência disso, mais de 150.000 pessoas foram deslocadas, 60.000 do lado israelita e 95.000 do lado libanês, segundo as estimativas da Organização Mundial das Migrações (OIM), tendo vários países, nos últimos dias, recomendado a não deslocação para o Líbano, dada a gravidade da situação.

Yisrael Katz, em primeiro plano, ao lado de Benjamin Netanyahu

Artur Widak / NurPhoto / Getty Images

Netanyahu reúne-se com ministro da Defesa e com Comando Sul

O primeiro-ministro israelita, Benjamín Netanyahu, reúne-se este domingo com o ministro da Defesa, Yoav Gallant, e com o Comando Sul do exército – responsável pela ofensiva na Faixa de Gaza – para discutir a implementação da “fase C” da guerra.

“Ainda hoje vou fazer uma avaliação da situação no Comando Sul. Vou acompanhar de perto o progresso dos combates e os nossos planos para completar os objetivos da guerra”, disse Netanyahu no início da reunião semanal com o gabinete do governo.

Numa entrevista concedida na semana passada ao Canal 14, Netanyahu afirmou que a guerra estava prestes a passar à fase seguinte, no mesmo dia em que Gallant, na sua visita a Washington, assinalou aos seus homólogos americanos que a “fase C” da guerra estava prestes a começar. O conselheiro de segurança nacional Tzachi Hanegbi também afirmou no dia seguinte que o plano pós-guerra estava prestes a ser implementado no norte da Faixa de Gaza, embora nenhum dos três tenha dado mais pormenores sobre o que a nova fase implica no terreno.

O Canal 12 noticiou hoje, citando fontes de segurança, que a operação militar em Rafah, no extremo sul da Faixa, chegou a uma situação que permite a “retirada tática” da maioria das tropas sem comprometer os seus resultados e que expandiram a zona tampão no Corredor de Filadélfia – a fronteira de 14 quilómetros com o Egito – onde se espera que Israel mantenha a sua presença para impedir o contrabando.

“As nossas forças estão a operar em Rafah, em Shujaiya e em toda a Faixa de Gaza. Todos os dias estão a eliminar dezenas de terroristas. É uma luta dura que está a ser travada à superfície, por vezes em combates frente a frente, e no subsolo”, afirmou hoje Netanyahu.

Fontes de segurança israelitas afirmam também que a operação em Shujaiya, um bairro do sudeste da cidade de Gaza onde as tropas retomaram uma ofensiva militar na quinta-feira, pela terceira vez desde o início da guerra, face ao regresso do Hamas, poderá durar várias semanas.

Netanyahu sublinhou que a guerra não cessará até que os seus objetivos sejam alcançados: a destruição do Hamas, o regresso de todos os raptados, a promessa de que Gaza deixará de constituir uma ameaça à segurança de Israel e o regresso em segurança dos residentes do sul às suas casas.

Quanto à tarefa sagrada de libertar os nossos reféns: não há qualquer alteração na nossa posição relativamente à proposta do presidente Biden, que saudámos. Toda a gente sabe uma verdade simples: o Hamas é o único obstáculo à libertação dos nossos reféns“, repetiu.

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