“[Quando se trata de insegurança] a resposta da extrema-direita, porque faz referência a pessoas ou a uma religião ou origem, divide e empurra para a guerra civil”, advertiu o chefe de Estado francês no ‘podcast’ “Génération Do It Yourself” (“Geração Faça Você Mesmo”, numa tradução livre).

Por outro lado, a França Insubmissa propõe “uma forma de comunitarismo (…) que também conduz à guerra civil”, prosseguiu Macron, a menos de uma semana da primeira volta das eleições legislativas antecipadas, marcada para domingo, 30 de junho.

“Mas é também a guerra civil que está por detrás [da França Insubmissa], porque, antes de mais, remete as pessoas exclusivamente para a sua filiação religiosa ou comunitária”, acrescentou.

E argumentou: “Penso que isso é um perigo e é por isso que penso que tanto a União Nacional [extrema-direita] como a França Insubmissa [extrema-esquerda] estão a responder a problemas reais (…) a raiva real, a angústia real, a angústia da pessoa que diz ‘não estamos a responder ao meu problema de segurança’, a pessoa que diz ‘não sou reconhecido e protegido porque sou muçulmano'”.

Mas, na opinião de Macron, os dois partidos “estão a responder mal” a estes problemas, “aumentando os conflitos e a guerra civil”.

“Penso que a resposta está numa maior eficácia, mas dentro da República. Quando as pessoas estão fartas de tudo, quando a vida é difícil no dia-a-dia, podem ser tentadas por extremos que oferecem soluções mais rápidas. Mas a solução nunca estará na rejeição dos outros”, insistiu Macron.

“Em relação àqueles que são tentados pelos dois extremos, o que temos de fazer nos próximos dois ou três anos é dizer ‘temos de ser muito mais firmes, muito mais fortes onde quer que a República falhe na segurança e na impunidade'”, acrescentou.

Emmanuel Macron disse ainda querer ser “muito mais firme, muito mais efetivo” em matérias nas quais “a República não conseguir proporcionar igualdade de oportunidades”.

A derrota do partido presidencial Renascimento e a esmagadora vitória da União Nacional, que mantém presente a figura de Marine Le Pen, nas eleições europeias de 09 de junho causou um “terramoto político” em França, ao qual o Presidente francês, Emmanuel Macron, reagiu dissolvendo a Assembleia Nacional e convocando eleições legislativas antecipadas.

As legislativas francesas vão decorrer em duas voltas: 30 de junho e 07 de julho.

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