A informação foi avançada pelo embaixador russo junto da ONU, Vasily Nebenzya, que especificou que Lavrov presidirá pelo menos dois debates especiais convocados pela Rússia: um sobre “Cooperação multilateral no interesse de uma ordem mundial mais justa, democrática e sustentável”, a 16 de julho, e outro, no dia seguinte, sobre “A situação no Médio oriente, incluindo a questão palestiniana” – este último de nível ministerial.

De acordo com Nebenzya, a guerra de Israel em Gaza continuará a estar em foco este mês, uma vez que “não há sinais de que o cessar-fogo esteja próximo”, apesar dessa determinação pelo Conselho de Segurança.

Nesse sentido, o Conselho receberá na terça-feira um ‘briefing’ da coordenadora Humanitária e de Reconstrução da ONU para Gaza, Sigrid Kaag. 

A Rússia convocou também um debate sobre a cooperação entre a ONU e organizações regionais, que se concentrará no papel da Organização do Tratado de Segurança Coletiva, da Comunidade dos Estados Independentes e da Organização para Cooperação de Xangai.

“Estas três organizações estão a realizar um trabalho muito útil na região da Eurásia. No entanto, nem sempre é bem coberto na ONU. Acreditamos que é necessário dar aos membros do Conselho a oportunidade de receber informações em primeira mão sobre as atividades destas organizações regionais”, defendeu Nebenzya.

Além da guerra em Gaza, várias outras questões relacionadas com o Médio Oriente estão na programação deste mês, como a situação política e humanitária na Síria, os recentes desenvolvimento no Iémen e no Líbano

Já as questões africanas no programa de trabalho de julho incluem um ‘briefing’ do Escritório das Nações Unidas para a África Ocidental e o Sahel, a votação da renovação do regime de sanções da República Centro-Africana (RCA)  e um ‘briefing’ sobre a Missão de Estabilização da ONU na República Democrática do Congo.

Espera-se que o Conselho realize ainda consultas sobre a Força de Manutenção da Paz da ONU no Chipre, sobre a Colômbia e sobre o Haiti, e que mantenha ainda consultas bianuais sobre o Centro Regional das Nações Unidas para Diplomacia Preventiva da Ásia Central.

Apesar de não estar marcada nenhuma reunião sobre a Ucrânia, Nebenzya não descartou que possa vir a ser agendada a pedido de qualquer Estado-membro do Conselho.

A Rússia, que está em guerra com a Ucrânia desde que invadiu o país vizinho em fevereiro de 2022, sucede à Coreia do Sul na liderança rotativa do Conselho de Segurança da ONU e será substituída em agosto pela Serra Leoa.

Segundo a Carta das Nações Unidas, o Conselho de Segurança é o principal responsável pela manutenção da paz e segurança internacionais.

O Conselho de Segurança tem 15 membros, dos quais cinco são permanentes e têm o direito de vetar qualquer decisão.

A Rússia tem usado esse direito para impedir a aprovação de resoluções sobre a guerra contra a Ucrânia.

Além da Rússia, são membros permanentes do Conselho de Segurança os Estados Unidos, o Reino Unido, a França e a República Popular da China.

Argélia, Coreia do Sul, Eslovénia, Equador, Guiana, Japão, Malta, Moçambique, Serra Leoa e Suíça são os atuais membros não permanentes, eleitos pela Assembleia-Geral da ONU para mandatos de dois anos.

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