“A reunião em Doha terminou. As mensagens do Afeganistão chegaram a todos os participantes”, escreveu no X o chefe da delegação talibã e principal porta-voz do Governo afegão, Zabiullah Mujahid.

A reunião, que contou com a presença de 25 enviados especiais de diferentes países e organizações, foi a primeira ronda de conversações sobre a situação no Afeganistão onde participou uma delegação talibã desde a captura de Cabul, em agosto de 2021.

No entanto, questões como os direitos das mulheres, que têm vindo a ser progressivamente suprimidos nos últimos três anos, não foram um dos pontos da agenda.

Em vez disso, a reunião abordou a luta dos talibã contra o tráfico de drogas e a procura de apoios entre o setor privado afegão.

“O Afeganistão precisa de cooperação com o setor privado e da colaboração dos países na luta contra as drogas e os meios de subsistência alternativos”, acrescentou Mujahid.

Ao longo do dia, o porta-voz partilhou vários vídeos gravados no decorrer da reunião, quando supostamente se debatia o trabalho do Governo afegão na luta contra o tráfico de drogas.

Além disso, afirmou que está otimista face aos comentários dos participantes e acrescentou que “as posições da Rússia, China, Irão, Paquistão, Cazaquistão, Usbequistão, Turquemenistão, Estados Unidos e Organização da Cooperação Islâmica foram de louvar”.

Relativamente ao setor privado, destacou que a maioria dos países transmitiu o seu apoio e “prometeu que as restrições às linhas bancárias e económicas serão levantadas”.

Os talibã têm procurado o reconhecimento internacional desde que tomaram o poder em Cabul, há quase três anos, pelo que viram esta reunião como uma “oportunidade crucial”.

No entanto, para obterem esses apoios, a ONU enfatiza que a inclusão das mulheres na sociedade afegã é um ponto fundamental.

A vice-secretária-geral da ONU para Assuntos Políticos e de Consolidação, Rosemary DiCarlo, distanciou-se das afirmações dos responsáveis afegãos ao garantir, em conferência de imprensa, que “este processo de compromisso não significa normalização ou reconhecimento”.

Os talibã limitaram severamente os direitos das mulheres à circulação e ao trabalho e proibiram o seu acesso ao ensino superior, após tomarem o poder, em 2021, e alegam que estas são questões “internas” que devem ser “separadas das relações internacionais”.

Leia Também: Embaixador na ONU sugere que Moscovo pode retirar sanções aos talibãs

Compartilhar

Leave A Reply

Exit mobile version