Um dos sindicatos que convidou os elementos das forças de segurança a assistir ao debate nas bancadas nega que tenha havido problemas no acesso ao Parlamento. A entrada das centenas de pessoas foi lenta e, nos momentos em que uma comitiva do Chega esteve junto da fila, os ânimos exaltaram-se.

À hora marcada para o debate e para o protesto, a zona em frente à escadaria da Assembleia da República estava praticamente vazia.Quem respondeu aos apelos para uma manifestação estava na parte lateral no edifício, para entrar.

Com as galerias da Assembleia da República abertas, mais de uma centena de membros das forças policiais esperavam para conseguir assistir ao debate, num dos mais de 600 lugares disponíveis.

Depois do arranque dos trabalhos no Parlamento, ainda na fila, foi pelos telemóveis que acompanharam a transmissão do debate.

O acesso ao Parlamento implica uma revista e identificação a que as forças de segurança também são obrigadas.

A grande afluência já era esperada, depois dos apelos a que acompanhassem o debate, vindos de vários sindicatos e também de André Ventura.

A chegada de Marcus Santos, deputado do Chega, junto do grupo não acalmou os ânimos. Outro deputado do partido, Pedro Frazão, chegou logo depois, para exaltar quem esperava.

“Sabem que lá dentro as galerias estão praticamente vazias?”, disse Pedro Frazão aos profissionais das forças de segurança qu aguardavam à entrada do Parlamento.

Houve quem viesse da outra ponta do país, logo pela manhã, e tenha estado horas à espera sem conseguir entrar.

Rui Neves, vice-presidente do Sindicato Independente dos Agentes de Polícia (SIAP), explica que os procedimentos de segurança têm de ser cumpridos, antes de os agentes policias poderem entrar na Assembleia da República e que o processo demora tempo. “As pessoas estão a entrar ao ritmo normal”, assegurou.

Devagar, a fila foi andando. Do lado de fora, falava-se dos motivos que os levavam a estar ali. Apesar das tentativas das equipas de reportagem, muitos recusaram prestar declarações por medo de represálias.

À saída, os sindicatos mostraram o descontentamento. No dia 9 de julho, há uma reunião com o Ministério da Administração Interna, mas nem todos foram convocados.

As centenas de profissionais que estiveram junto ao Parlamento acabaram por dispersar. No chão, ficaram moedas de um cêntimo – numa óbvia alusão às palavras de Luís Montenegro, que declarou que o Governo “não vai colocar nem mais um cêntimo” na proposta feita às forças de segurança.

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