O socialista Sérgio Sousa Pinto comentou, na terça-feira, que a situação política que se vive em França é “uma luta entre as luzes e o negrume” e que o resultado repercutir-se “não só na vida política e na sociedade francesa, mas na Europa”.

Em comentário na CNN Portugal, Sousa Pinto esclareceu que as luzes dizem respeito “aos herdeiros da tradição liberal democrática da revolução francesa” e o negrume “tem as suas raízes no regime de Vichy”.

“De facto, o que se está a passar em França é esta tensão entre a tradição das luzes e a tradição da República e, do outro lado, a tradição de Vichy. São aqui duas Franças, que estão aqui numa circunstância de proporções históricas, que se vão repercutir não só na vida política e na sociedade francesa, mas também vão ter consequências extra francesas, que se vão projetar na Europa”, referiu.

O socialista destacou ainda que “se não for possível este esforço de compromisso que está a ser feito entre todas as forças da área das luzes, é um enfrentamento que vai ter consequências na política comum e comunitária”. “Portanto, em toda a Europa”, acrescentou.

Recorde-se que os candidatos da União Nacional (Rassemblemant National-RN, em francês), partido de Le Pen, aliados a um grupo de conservadores foram os vencedores da primeira volta das eleições legislativas em França no domingo – com 33% dos votos -, colocando-os em condições de terem a maioria na Assembleia Nacional após segunda volta, que acontecem no próximo domingo, ou até mesmo alcançar uma maioria absoluta.

Essa maioria absoluta, que implicaria alcançar pelo menos 289 dos 577 deputados, é a condição que o candidato a primeiro-ministro do RN, Jordan Bardella, estabeleceu para governar.

No entanto, Marine Le Pen considerou um cenário que, se obtiver 270 lugares, consultará outros deputados, como os do partido conservador Os Republicanos para ver se estarão dispostos a apoiá-la em alguns projetos legislativos e, em particular, para aprovar o Orçamento de Estado.

A líder da extrema-direita reiterou que se chegarem ao Governo, não fará parte do executivo

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