O nome do antigo primeiro-ministro português foi aprovado para presidir ao Conselho Europeu, após os seis líderes da União Europeia (UE) responsáveis pela negociação terem concordado que António Costa deve ocupar o cargo mais alto no Conselho Europeu. Após o anúncio, vários deputados, personalidades políticas e o Presidente da República não tardaram a reagir

Para Marcelo Rebelo de Sousa, “é uma alegria, é muito bom para a Europa e para Portugal, se se confirmar” que António Costa é o escolhido para o cargo. “Tanto quanto sei, a equipa negociadora chegou a acordo e vai apresentar a proposta depois de amanhã. Só depois de amanhã é que é formalmente apreciada pelo Conselho Europeu”, acrescentou ainda.

O presidente da Assembleia da República (AR), José Pedro Aguiar-Branco salientou que ter “um português num alto cargo europeu é bom para Portugal”. “E portanto, se assim é, acho que devemos estar satisfeitos por esse consenso existir”, referiu ainda.

Aguiar-Branco enfatizou ainda que é importante a existência de consensos em Portugal, destacando que “é essencial para a democracia reforçar o prestígio do Parlamento” português.

Também o secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, saudou a escolha preliminar do antigo primeiro-ministro socialista para presidir o Conselho Europeu. “António Costa é o político mais bem preparado para assumir a presidência do Conselho Europeu”, escreveu Pedro Nuno Santos no X (antigo Twitter), afirmando que o socialista é, também, o “mais bem preparado” para “dar ao cargo o peso político que precisa”.

A líder parlamentar do partido, Alexandra Leitão, mostrou-se muito satisfeita, afirmando que é um dia “muito importante para Portugal” e que esta decisão é apoiada “pela grande maioria dos portugueses”. “É o justo reconhecimento de oito anos de um trabalho que elevou muitíssimo o patamar em que se encontra Portugal”, completou, sublinhando as capacidades do ex-primeiro-ministro na construção de pontes com os líderes europeus. 

Por sua vez, José Luís Carneiro fala numa “alegria incontida” perante o anúncio da aprovação do nome de António Costa. “Desejamos profundamente que no dia 27 mereça o assentimento de todos os outros líderes europeus”, acrescentou ainda, em declarações na CNN Portugal.

O ex-líder da bancada socialista, Eurico Brilhante Dias, comentou do mesmo modo o consenso entre famílias europeias que permite António Costa presidir ao Conselho Europeu, dando conta que “fará seguramente um bom mandato”

A deputada do Bloco de Esquerda (BE), Marisa Matias, defendeu que Portugal não ganha, nem perde com a ida de António Costa para o Conselho Europeu, sublinhando que o que deve ser avaliado nesta nomeação “são as políticas” do nome escolhido.

Marisa Matias criticou ainda o acordo preliminar para os cargos de topo europeus, afirmando que não tem “nenhum tipo de barreira em relação à extrema-direita” e defendeu que a Europa está a seguir um caminho perigoso.

A coordenadora do partido, Mariana Mortágua, seguiu a mesma linha de raciocínio, alertando para o perigo da extrema-direita. “Depois de uma campanha inteira a criticar Von der Leyen e as suas concessões à extrema direita, o PS faz um acordo para que Von der Leyen volte a ser presidente da Comissão Europeia”, escreveu, na rede social X.

Catarina Martins, deputada única eleita pelo Bloco de Esquerda (BE) para o Parlamento Europeu, mostrou-se igualmente reticente com “o acordo” que será feito com a extrema-direita para que António Costa assuma funções na presidência do Conselho Europeu. “É um desafio seguramente complexo. Mas desejo as maiores felicidades a António Costa nas funções, se as vier a desempenhar, como tudo indica que virá”, afirmou Catarina Martins.

O líder do Chega, André Ventura, atirou fortes críticas ao antigo primeiro-ministro português e defendeu que “a Justiça tem que fazer o seu trabalho”. “A Justiça não tem que saber quem é candidato ao Conselho Europeu, ao Conselho de Estado, a primeiro-ministro ou a Presidente da República. A Justiça tem que fazer o seu trabalho, e o que se espera de uma comunicação social isenta faça o seu trabalho e não cubra as costas de ninguém”, disse Ventura, em declarações aos jornalistas.

Também na Madeira houve reações ao anúncio, com o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque (PSD), a considerar que é positivo para o país que o ex-primeiro-ministro António Costa presida ao Conselho Europeu, realçando que tem condições para fazer um “bom trabalho”.

Por seu turno, Lídia Pereira, a vice-presidente do Partido Popular Europeu (PPE), rejeitou posturas “triunfalistas” e recomendou “alguma prudência” sobre a ida de António Costa para o Conselho Europeu, recordando que ainda tem de ser aprovada em cimeira de líderes.

“Isto é um pré-acordo, portanto, eu recomendava alguma prudência nesta fase. São boas notícias, é verdade, mas ainda não está confirmada”, disse a eurodeputada social-democrata, no Parlamento Europeu (PE), em Bruxelas.

Nome de Costa ainda tem de ser aprovado em cimeira de líderes

Os negociadores chegaram a acordo partidário (que é preliminar) sobre os nomes para os cargos de topo em Bruxelas, após uma reunião por videoconferência na segunda-feira à noite. Nas conversações discutiu-se o nome de António Costa para a liderança do Conselho Europeu, o de Ursula von der Leyen para segundo mandato na Comissão Europeia e o da primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, para chefe da diplomacia comunitária.

Este é, porém, um aval dos partidos e não final, que só poderá ser confirmado na cimeira de líderes no final desta semana em Bruxelas.

As fontes europeias ouvidas pela Lusa recordaram que, aquando da negociação sobre os cargos de topo neste mandato entre 2019 e 2024, houve um acordo semelhante entre partidos, que depois não foi confirmado pelos líderes da UE, que optaram por outras nomeações.

Além do primeiro-ministro português, Luís Montenegro, que já disse que apoiaria a nomeação de António Costa, há outros 11 chefes de Governo e de Estado do Partido Popular Europeu (PPE), de países como Grécia, Croácia, Letónia, Suécia, Áustria, Irlanda, Roménia, Finlândia, Chipre, Polónia e Luxemburgo, que assumiram o apoio ao antigo governante português.

É também o Conselho Europeu que propõe o candidato a presidente da Comissão Europeia, instituição que tem vindo a ser liderada desde 2019 por Ursula von der Leyen, num aval final que cabe depois ao Parlamento Europeu, que vota por maioria absoluta (metade dos 720 eurodeputados mais um).

Resta agora saber como será a composição da assembleia europeia no próximo mandato, dadas as reuniões em curso para constituição dos grupos políticos.

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